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CPI da Covid: agora é com Augusto Aras e Arthur Lira
Farol

CPI da Covid: agora é com Augusto Aras e Arthur Lira

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CPI recebe lenços estendidos em Copacabana em protesto por 600 mil vítimas da Covid-19 (Foto: Edilson Rodrigues)
Foto: Edilson Rodrigues CPI recebe lenços estendidos em Copacabana em protesto por 600 mil vítimas da Covid-19

Depender da boa-vontade e de certo desapego político da dupla Augusto Aras (PGR) e Arthur Lira (presidente da Câmara) não é o melhor dos mundos, mas poderia ser pior. Poderia simplesmente não haver relatório da CPI, tampouco CPI, caso a vontade de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, houvesse prevalecido. Lembremos: a comissão e agora o documento de mil páginas, apontando responsabilidades de 66 pessoas por crimes na pandemia que matou mais de 600 mil brasileiros e brasileiras, só existem porque o STF forçou o Legislativo a autorizar a instalação do colegiado, que já detinha assinaturas em número suficiente no início do ano, mas cuja criação vinha sendo adiada indefinidamente por Pacheco, ex-aliado de ocasião de Jair Bolsonaro e agora pré-candidato a terceira via.

Dito isso, voltemos ao ponto inicial. Aras e Lira já deram sinais eloquentes de que devem barrar qualquer investida contra o presidente, o que significa que nem uma eventual ação por crime de responsabilidade nem uma investigação por crime comum devem prosperar na Câmara e na PGR, respectivamente. É o fim da picada? Talvez não.

Senadores já pensaram num plano B, que seria ingressar com ação penal subsidiária diretamente no STF, além de encaminhar o relatório também à Polícia Federal. Paralelamente, pretendem municiar MPs estaduais com elementos que envolvam indiciados sem prerrogativa de foro, o que aumentaria a pressão sobre Aras e Lira. Que podem até afastar as flechadas da CPI contra Bolsonaro, enquadrado em nove tipos penais, mas ao custo de eles mesmos figurarem como coautores da tragédia sanitária brasileira.

 

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