Ao acessar o buscador do Google nesta terça-feira, 30, as pessoas estão se deparando com duas figuras, lado a lado, que representam uma mesma mulher: Janaína Dutra. Na primeira representação, a mulher com longos cabelos pretos olha para o horizonte. Na segunda, a mesma mulher é posta como uma oradora, e de posse de um microfone, ela discursa aos ouvintes. Esse singelo rabisco está sendo usado para promover uma homenagem à advogada, cearense e travesti Janaína Dutra.
Essas representações são chamadas de doodles, que são versões do logotipo do Google para comemorar feriados, aniversários e a vida de artistas famosos, pioneiros e cientistas. “O Doodle de hoje homenageia a ativista social e advogada brasileira Janaína Dutra, uma líder do movimento brasileiro LGBTQIA+ que é amplamente considerada a primeira pessoa trans da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, publicou a empresa.
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Janaína Dutra nasceu neste dia, em 1960, no distrito de Canindé, no norte do estado do Ceará. Ela acompanhou a irmã até Fortaleza, onde Janaína deu os primeiros passos em direção a uma vida dedicada à defesa da comunidade LGBTQIA+.
Em 1986, formou-se em Direito pela Universidade de Fortaleza, fazendo história como a primeira transexual graduada e membro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ao longo da década de 1980, ela aprofundou sua carreira desenvolvendo a primeira campanha de prevenção do HIV no Brasil com foco na comunidade transgênero, em colaboração com o Ministério da Saúde.
Dutra também contribuiu para a fundação do Grupo de Resistência Asa Branca e foi a primeira presidente da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC), uma organização sem fins lucrativos de referência com foco no desenvolvimento e apoio social e jurídico para a comunidade LGBTQIA+.
Conhecida por sempre levar consigo uma cópia da lei anti-homofobia aprovada por sua cidade natal, Janaína passou a vida inteira participando de conferências, seminários e mesas redondas para defender a igualdade.
Em 2011, foi fundado em Fortaleza o Centro de Referência LGBT Janaína Dutra. O Centro presta um serviço municipal de proteção e defesa da população LGBT em situação de violência e outras violações e omissões de direitos com base na sua orientação sexual ou identidade de gênero. Janaína morreu de câncer de pulmão aos 43 anos.
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