O segundo semestre de 2021 talvez tenha sido um dos períodos de menor gravidade desde o início da pandemia da Covid-19. Com o final da segunda onda no Ceará e demais estados brasileiros, as restrições de atividades foram sendo liberadas. Entretanto, em nenhum momento, o sinal de alerta foi desligado. Ou, ao menos, não deveria ter sido. A vacinação tem feito absoluta diferença, com milhares de vidas salvas. Mas 2022 começa com outros elementos: disseminação vertiginosa da Ômicron, a epidemia de Influenza A e um "apagão de dados" que estranhamente perdura há mais de um mês.
O aumento alarmante de pessoas infectadas com o coronavírus tem feito diversos países ampliarem restrições. O governador Camilo Santana (PT) proibiu festas de Carnaval e Pré-Carnaval, como tem sido observado em outros estados, além de reduzir a capacidade de eventos sociais. Mais uma tentativa de conter aglomerações, que foram tão vistas nas festas de fim de ano e podem, inclusive, ter relação com o aumento de casos. Em Fortaleza, nessa sexta-feira, 7, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou tendência de aumento acelerado dos casos. Este ano, a preocupação com vírus vai além. Com crescimento de casos de Influenza A, o mês de dezembro registrou maior número de atendimentos por síndrome gripal em Unidades Pronto Atendimento (UPA) da Capital desde o início de 2020.
Mas diversos dados podem estar subdimensionados e o Brasil não sabe qual a real proporção do que está enfrentando. O Ministério da Saúde foi alvo de ataque hacker, o que tem impedido os estados de acessar os sistemas de notificação do governo federal. No ano três da pandemia, o governo Jair Bolsonaro reitera postura de atrapalhar medidas de enfrentamento. A despeito das tentativas do Ministério da Saúde, a vacinação de crianças foi aprovada sem exigência de prescrição médica. Mais uma etapa de pandemia quando havia um vislumbre de tranquilidade é de tirar o chão. Mas precisamos continuar nos protegendo com o que temos: máscara, vacina e respeito pela vida.