Ao ouvir relatos de pessoas que reclamavam da falta de praticidade ao portar o cartão de vacinação contra a Covid-19, a artesã cearense Ana Joyce, residente do bairro Autran Nunes, em Fortaleza, teve ideia criativa para amenizar o problema: a criação de um "chaveirinho" para portar o passaporte da vacina.
"Eu já tinha ouvido algumas pessoas falando que (o passaporte) ia ser obrigatório e já tinha gente dizendo que o seu cartão da vacina estava todo amassado ou que era muito grande", explica. A partir disso, ela imprimiu o cartão de vacinação de seu marido em tamanho 3x4 e o colocou em um suporte de acrílico, que pode facilmente ser utilizado como um chaveiro.
Joyce trabalha com artesanato e produtos personalizados. Ela possui uma loja virtual chamada rjArtesanato (@rjartesanato65) há pouco mais de seis anos. Segundo ela, após o anúncio do chaveiro nas redes sociais, muitos clientes elogiaram a ideia, e as demandas aumentaram com o a obrigação do comprovante em hotéis e academias. "Quando a gente lançou (o chaveiro), eu não esperava essa repercussão tão grande. De início, a gente tinha um estoque de 50 chaveirinhos, que acabaram bem rápido. Tivemos que repor o estoque", conta.
Confira a entrevista completa com Ana Joyce:
O POVO - Como surgiu a ideia de criar um chaveirinho do passaporte vacinal?
Ana Joyce - Eu já tinha ouvido algumas pessoas falando que (o passaporte) ia ser obrigatório e já tinha gente dizendo que o seu cartão da vacina estava todo amassado ou que era muito grande, então resolvi criar um chaveiro para o meu marido, que já tinha tomado as duas primeiras doses da vacina contra Covid. Eu fiz a primeira peça para ele como um teste, e deu tudo certo.
OP - Como vão as vendas do chaveiro após o novo decreto?
Joyce - As vendas do chaveiro estão bombando! É um produto útil pelo seu tamanho e que dá para colocar chaves e levar para todos os lugares. Depois das reportagens que a gente deu e da obrigação do comprovante de vacinação em academias e hotéis, as vendas triplicaram. Muita gente nova está nos procurando.
OP- Você pode contar um pouco da sua história com o artesanato? Quando você começou a criar coisas?
Joyce - Bem, eu trabalho com artesanato há seis anos. Eu sempre gostei desse ramo porque eu costumava fazer coisas fofinhas, como bordados e dobraduras de papel para trabalhos da escola durante o Ensino Fundamental. Meus colegas gostavam bastante e ficavam perguntando se eu vendia, mas eu não conseguia dizer valores porque eu não fazia para vender, fazia porque eu gostava. Daí em diante, eu comecei a criar alguns artesanatos para amigas e o negócio foi crescendo. Sempre tento inovar e trazer produtos diferentes, porque isso conta muito na área.
OP - Você esperava que a sua ideia tomasse as proporções que tomou?
Joyce - Realmente não esperava que tomasse uma proporção tão grande. Lancei a ideia e esperava vender algumas unidades, como de costume, sempre estou lançando modelos novos de chaveirinhos. No início, eu comprei apenas 50 unidades e eu acredito que não durou nem dois dias. Então, a procura, graças a Deus, está muito grande.
OP - Além da praticidade, o que você considera o mais importante em criar um chaveirinho com o cartão de vacinação?
Joyce - Acredito que estamos ajudando no cuidado individual de cada um. Alguns clientes se abrem com a gente e falam que acham (o cartão) muito grande, ou que esquecem com facilidade, principalmente mulheres. O chaveirinho sempre fica na chave da casa ou na do carro, então o pessoal está gostando bastante e eu fico feliz por estar ajudando a estimular algo que nós precisamos: a vacinação.