Logo O POVO+
Operação na favela do Jacarezinho, no Rio, dá início a projeto que substitui UPPs
Farol

Operação na favela do Jacarezinho, no Rio, dá início a projeto que substitui UPPs

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Um membro do CORE, uma ala de Operações Especiais da Polícia Civil brasileira, monta guarda durante uma operação de grande escala contra o tráfico de drogas, para ocupar e proteger partes da favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, Brasil, em 19 de janeiro de 2022. Mais de 1.000 pessoas Policiais fortemente armados lançaram nesta quarta-feira uma operação para retomar o controle de uma notória favela do Rio de Janeiro de uma facção criminosa, disse a polícia militar no Twitter.
 (Foto: Carlos DE SOUZA / AFP)
Foto: Carlos DE SOUZA / AFP Um membro do CORE, uma ala de Operações Especiais da Polícia Civil brasileira, monta guarda durante uma operação de grande escala contra o tráfico de drogas, para ocupar e proteger partes da favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, Brasil, em 19 de janeiro de 2022. Mais de 1.000 pessoas Policiais fortemente armados lançaram nesta quarta-feira uma operação para retomar o controle de uma notória favela do Rio de Janeiro de uma facção criminosa, disse a polícia militar no Twitter.

Oito meses após a operação que resultou em 28 mortos no Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, 1,2 mil policiais civis voltaram a ocupar a comunidade na manhã desta quarta-feira, 19. O objetivo é iniciar o Cidade Integrada, mais um programa que prevê a ocupação policial e social de comunidades pobres no Estado. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criadas em 2008, foram a tentativa mais famosa desse tipo de intervenção nas favelas do Rio de Janeiro.

Os agentes da Polícia Civil saíram da Cidade da Polícia, que fica ao lado da comunidade. Até o início da manhã, não havia registro de tiroteios nem de prisões. Em contraste, a ação do ano passado no Jacarezinho foi a mais letal da história do Rio. Dos mortos, 27 eram civis. Segundo a Polícia Civil, foram abatidos em tiroteios. Há, porém, investigações do Ministério Público sobre supostas execuções de pessoas já rendidas e desarmadas.

"Damos início a um grande processo de transformação das comunidades do Estado do Rio", escreveu o governador Cláudio Castro (PL) no Twitter. "Foram meses elaborando um programa que mude a vida da população levando dignidade e oportunidade. As operações de hoje são apenas o começo dessa mudança que vai muito além da segurança."

Castro prometeu que, no próximo sábado, detalhará os projetos. O governador, um ex-vice pouco conhecido, assumiu o cargo após o impeachment de Wilson Witzel (PSC) e agora tenta se cacifar à reeleição. Em maio, ele anunciou que reformularia o programa das UPPs. Depois de um início bem sucedido, o projeto, lançado no governo Sérgio Cabral (2007-2014), entrou em crise. Traficantes que tinham recuado dos territórios que dominavam voltaram a agir ostensivamente nas comunidades. Tiroteios e venda de drogas à luz do dia voltaram a ser rotina nesses bairros.

O Cidade Integrada prevê investigações da Polícia Civil para desestruturar as quadrilhas e patrulhamento das ruas das comunidades pela PM, para garantir a segurança. Também haverá, segundo o planejado, investimentos em obras em ações sociais.

O que você achou desse conteúdo?