Diante do risco de desabastecimento de fertilizantes no Brasil como efeito da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro lançou ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, o Plano Nacional de Fertilizantes, parte de estratégia para reduzir a dependência do País das importações dos insumos. Bolsonaro chegou a dizer que o plano, cobrado por setores do agronegócio há anos, veio de "forma tardia, mas veio"
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que a iniciativa, instituída por decreto assinado ontem, prevê ações para a produção dos insumos nacionalmente, por 28 anos, até 2050 "No potássio, nosso maior desafio, dependemos 96% de importações. Temos perspectivas de longo prazo para exploração no Brasil, mas neste momento é fundamental pensar que precisamos manter nosso agronegócio competitivo. Não estamos apenas reagindo a uma crise, estamos tratando de problema estrutural", afirmou.
O diretor de programas do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel, disse que o objetivo do Plano Nacional de Fertilizantes é garantir uma autonomia do Brasil de 50% em relação à produção do insumo. Atualmente, mais de 85% dos fertilizantes utilizados no País são importados - uma boa parte disso da Rússia.
A ministra viaja hoje para o Canadá, para tentar aumentar a importação vinda desse país. Ela disse que é necessário "trabalhar a diplomacia" para ter alternativas ao Leste Europeu.