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Crítico dos limites nas redes, Musk compra Twitter por US$ 44 bilhões
Farol

Crítico dos limites nas redes, Musk compra Twitter por US$ 44 bilhões

Segundo Bret Taylor, presidente do conselho independente do Twitter, um dos pontos considerados para a venda da empresa foi o impacto nas ações para os acionistas
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Elon Musk ganhará cinebiografia produzida pelo estúdio A24.  (Foto: Britta Pedersen / POOL / AFP)
Foto: Britta Pedersen / POOL / AFP Elon Musk ganhará cinebiografia produzida pelo estúdio A24.

O passarinho azul está oficialmente na gaiola do homem mais rico do mundo. O Twitter comunicou ontem que aceitou a oferta feita pelo bilionário Elon Musk, de US$ 44 bilhões (o equivalente a R$ 215 bilhões), pelo controle da rede social. Assim, Musk completa o seu plano de cruzada pela "liberdade de expressão" no ambiente digital.

O dono da SpaceX e da Tesla tem sido crítico em relação às políticas de moderação de conteúdo da rede social - para Musk, o Twitter restringiria a circulação ampla de discursos.

Para mudar isso, ele protagonizou o maior negócio da história envolvendo redes sociais (o Facebook comprou Instagram e WhatsApp por, respectivamente, US$ 1 bilhão e US$ 19 bilhões). Ao fim do processo de compra (que vai ocorrer durante 2022), o Twitter terá o seu capital fechado na Bolsa.

Segundo o documento publicado pelo Twitter, a transação deve ser financiada por meio de empréstimos e dívidas, totalizando US$ 25,5 bilhões. Além disso, Musk deve bancar US$ 21 bilhões do próprio bolso. Segundo a Reuters, é o maior negócio já realizado por uma única pessoa.

Depois do anúncio do negócio, Musk se manifestou oficialmente e repetiu o refrão sobre liberdade de expressão. "Liberdade de expressão é o seio de qualquer democracia funcional, e o Twitter é a praça digital em que tudo que importa para a humanidade é debatido", escreveu o empresário em nota.

Repercussão

O negócio ocorre em meio a debates globais sobre a moderação de conteúdo nas redes sociais, o que já rendeu audiências no Congresso americano com os CEOs das principais empresas de tecnologia do mundo, como Mark Zuckerberg, Sundar Pichai e Jack Dorsey (então presidente do Twitter). Assim, Musk pode entrar na mira de autoridades e reguladores.

David Nemer, professor da Universidade da Virgínia (EUA), diz que os objetivos de Musk para a plataforma podem estar claros para ele, mas o empresário ignora que existem diferentes leis em países que também falam sobre o assunto.

"A liberdade de expressão da qual ele fala faz parte de um imaginário que, por mais que ele tente implementar, volta na máxima do embate com regras locais. Ele está tentando uma coisa que a gente já sabe que não vai dar certo", diz Nemer.

Ainda assim, o futuro guarda muitas perguntas e preocupações de especialistas. "A depender da manutenção dos times e das políticas construídas na última década, podemos ter mudanças profundas no modo como a plataforma se regula e influencia nossas vidas", explica Rafael Zanatta, diretor executivo da Data Privacy Brasil. "É como se um novo governo fosse eleito, com a possibilidade de mudança de todos os ministérios."

Bolsonaro

Líderes ligados a pautas conservadoras, no Brasil e nos EUA, comemoraram o negócio. Antes do anúncio do desfecho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) retuitou um post de Musk que dizia "esperar que seus críticos continuem a usar o Twitter", porque, segundo ele, é isso o que significaria "liberdade de expressão". Eduardo Bolsonaro, Luciano Hang e Fábio Faria também se manifestaram a favor de Musk na rede.

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