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A idosa de 80 anos que saltou de paraquedas para comemorar vitória contra a Covid-19
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A idosa de 80 anos que saltou de paraquedas para comemorar vitória contra a Covid-19

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Aos 80 anos, Marina Tikhomiroff saltou de paraquedas junto a instrutor em Boituva, São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Aos 80 anos, Marina Tikhomiroff saltou de paraquedas junto a instrutor em Boituva, São Paulo

Um ano depois de passar 33 dias internada por causa da Covid-19, uma idosa de 80 anos decidiu saltar de paraquedas para comemorar o aniversário de sua recuperação. Marina Tikhomiroff, deixou o avião, junto a instrutor, a 3.600 metros de altura em Boituva, no interior de São Paulo, no dia 11 de abril. Ana Tikhomiroff, filha de 53 anos da protagonista da história, também participou da aventura.

Durante o tempo que ficou internada no hospital, Marina precisou ser entubada duas vezes e quase não resistiu, segundo ela mesmo admite. Saiu do hospital em uma cadeira de rodas, pensando que não andaria mais, até pela idade avançada, que era um desafio a mais na recuperação. Chegou a ficar com os músculos atrofiados e, como não conseguia fazer nada sozinha, teve de contratar alguém que a ajudasse 24 horas por dia.

Em entrevista ao O POVO, a idosa aventureira conta como foi essa experiência única que viveu ao lado da filha, depois de conseguir sobreviver à Covid-19.

O POVO- Quantos dias você ficou internada e como foram esses dias?

Marina Tikhomiroff - Fiquei internada 33 dias. Foram dias tristes. Eu pensei que não sairia mais de lá. Cheguei até a mandar um "adeusinho" para meus filhos, dizendo que não ia mais sair de lá. Foi difícil.

O POVO- De onde surgiu a ideia de saltar de paraquedas?

Marina Tikhomiroff - Minha filha Ana é uma atleta que não para quieta. E uma vez, há 20 anos, ela saltou de paraquedas e eu achei aquilo lindo, mas sem nenhuma intenção de saltar, só achei lindo. E ela, junto com uma amiga, possui um projeto que se chama "Esporte na Véia", que desafia as pessoas a não ficarem em casa sem fazer nada. Que saiam, se movimentem, pratiquem algum esporte e para isso basta um desafio. Quando ela me explicou como funciona, eu achei ótimo e imediatamente a desafiei a pular de paraquedas comigo e daí surgiu a ideia. Ela achou ótimo.

O POVO- Qual foi a sensação?

Marina Tikhomiroff - A sensação de pular de paraquedas é um espetáculo, não tive medo hora nenhuma. O instrutor que saltou comigo era muito gentil e ficamos de mãos dadas o tempo todo. Quando chegou a minha vez de pular só pensei ‘‘vambora, vambora’’. Foi ótimo, a melhor coisa que eu fiz nos últimos tempos.

O POVO- Os médicos se opuseram em algum momento ao salto?

Marina Tikhomiroff - Eu queria ter certeza que estava bem para não preocupar ninguém. Então fui ao meu cardiologista, que cuidou de mim no hospital, e fui também a uma neurocirurgiã. Ambos não se opuseram, que, por eles, tudo bem eu saltar.

O POVO- Seus familiares ficaram com medo por você? Quem te incentivou?

Marina Tikhomiroff - Meu filho, sobrinho e cunhado só souberam depois, vendo o vídeo do salto. Então, não ficaram com medo, mas se soubessem bem antes teriam ficado com medo, sim. E minha filha Ana foi a pessoa que me acompanhou e mais me incentivou a pular.

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