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Novos ataques contra Ucrânia e Putin adverte contra adesão da Suécia e Finlândia à Otan
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Novos ataques contra Ucrânia e Putin adverte contra adesão da Suécia e Finlândia à Otan

Em Severodonetsk, pelo menos dez pessoas morreram em um bombardeio russo, anunciou o governador Serguei Gaidai
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Um soldado da unidade de forças especiais ucranianas Kraken passa por destroços na vila de Rus'ka Lozova, ao norte de Kharkiv, em 16 de maio de 2022 (Foto: Dimitar DILKOFF / AFP)
Foto: Dimitar DILKOFF / AFP Um soldado da unidade de forças especiais ucranianas Kraken passa por destroços na vila de Rus'ka Lozova, ao norte de Kharkiv, em 16 de maio de 2022

A Rússia intensificou sua ofensiva no leste da Ucrânia deixando dez mortos nesta segunda-feira (16) e alertando para uma reação no caso de mobilização de "infraestruturas militares" da Otan na Suécia e Finlândia, que desejam entrar para a Aliança.

Em Bruxelas, os países da União Europeia seguem negociando para impor um embargo sobre o petróleo russo diante da negativa da Hungria, que afirma que esta medida implicaria duras consequências econômicas.

Em Severodonetsk, convertida em capital regional desde que as forças separatistas apoiadas por Moscou tomaram controle de uma parte do Donbass em 2014, pelo menos dez pessoas morreram em um bombardeio russo, anunciou o governador Serguei Gaidai.

Esta cidade do leste está quase totalmente cercada pelas tropas russas e em uma mensagem anterior, Gaidai anunciou ataques de artilharia contra Severodonetsk e a vizinha Lyssychank, que provocaram incêndios em áreas residenciais.

Esta cidade do leste está quase totalmente cercada pelas tropas russas e em uma mensagem anterior, Gaidai anunciou ataques de artilharia contra Severodonetsk e Lysychank, do outro lado da fronteira, que provocaram incêndios em zonas residenciais.

Apesar dos apelos reiterados das autoridades ucranianas para os moradores abandonem Lysychansk, separada de Severodonetsk pelo rio Siversky Donets e bombardeada com frequência, mais de 20.000 civis - de uma população de 100.000 antes da guerra - permanecem na localidade.

"Acho que as pessoas não entendem a situação completa", afirma à AFP Viktor Levchenko, policial que tenta convencer os moradores a deixar a cidade. "Temos que evitar os bombardeios e abrir passagem em condições muito difíceis para chegar a estas pessoas, alimentá-las e tentar retirá-las de suas casas", explica.

A transferência das forças russas para o Donbass teria ajudado as tropas ucranianas a retomar a área ao norte de Kharkiv, a segunda maior cidade do país.

O ministério ucraniano da Defesa celebrou nesta segunda-feira que suas tropas "expulsaram os russos" da região de fronteira e publicou um vídeo que mostra soldados armados diante de um posto de fronteira pintado de azul e amarelo, as cores da bandeira da Ucrânia.

Em Mariupol, no sul do Donbass, mais de 260 combatentes ucranianos foram evacuados nesta segunda-feira da siderúrgica Azovstal, último reduto da resistência na cidade portuária do sul do país, anunciou a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Malyar.

Ela informou que 53 combatentes feridos foram transferidos para Novoazovsk e os 211 restantes para Olenivka, cidades controladas por forças russas, mas que serão repatriados como parte de um "intercâmbio".

Engenheiros de construção examinam um edifício danificado da Administração Estatal Regional de Kharkiv em 16 de maio de 2022, que foi fortemente bombardeado durante a invasão russa da Ucrânia(Foto: Dimitar DILKOFF / AFP)
Foto: Dimitar DILKOFF / AFP Engenheiros de construção examinam um edifício danificado da Administração Estatal Regional de Kharkiv em 16 de maio de 2022, que foi fortemente bombardeado durante a invasão russa da Ucrânia

- "Não é uma ameaça imediata" -

Ao mesmo tempo, a invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, levou a uma aproximação de Finlândia e Suécia da Otan. Os dois países permaneceram afastados da Organização do Tratado do Atlântico Norte inclusive durante a Guerra Fria.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira que não considera a decisão de Finlândia e Suécia de aderir à Otan como uma ameaça, mas que a presença de infraestrutura militar nestes países pode provocar uma resposta de Moscou.

A Rússia justificou, entre outras alegações, a ofensiva contra a Ucrânia por sua aproximação da Otan e pelo apoio político, diplomático e militar da organização ao governo ucraniano. Moscou pretendia, desta maneira, afastar os ocidentais de suas fronteiras.

Com a provável entrada da Finlândia à Otan, a Rússia compartilharia mais 1.300 quilômetros de fronteira com a Aliança Atlântica.

Um dia depois do governo finlandês anunciar sua candidatura, a Suécia anunciou nesta segunda-feira que solicitará sua adesão à Otan.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou estar confiante em um compromisso com a Turquia, que se pronunciou contra a adesão da Suécia e Finlândia. No entanto, nesta segunda-feira, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan confirmou a oposição de Ancara.

- Contas de 15 e 18 bilhões de euros -

Após uma reunião de ministros da UE em Bruxelas, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, lamentou a negativa da Hungria em impor um embargo ao petróleo russo.

"Não é exagero dizer que há um único país que bloqueia a medida de embargo ao petróleo", disse Kuleba.

Segundo declarações do chanceler húngaro, Peter Szijjarto, à imprensa, o custo para adaptar a infraestrutura de seu país para dispensar o petróleo russo seria entre 15 e 18 bilhões de euros.

As sanções levaram diversas empresas estrangeiras a abandonar a Rússia.

A montadora francesa Renault anunciou nesta segunda-feira que vendeu seus ativos na Rússia ao governo do país, enquanto o grupo americano de 'fast food' McDonald's anunciou a saída total do território russo.

A Comissão Europeia reduziu drasticamente a previsão de crescimento econômico para a Eurozona este ano, de 4,0% para 2,7%, ao mesmo tempo que elevou a expectativa de inflação para 6,1%, uma consequência do impacto da guerra na Ucrânia.

De acordo com a Comissão, o "principal golpe" para o desempenho econômico "vem dos preços das matérias-primas energéticas".

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