Catorze crianças e um professor foram mortos a tiros nesta terça-feira (24) por um adolescente que abriu fogo em uma escola de ensino fundamental em Uvalde, Texas, um crime que voltou a arrastar os Estados Unidos para o pesadelo recorrente de ataques armados em ambientes escolares.
O suspeito, um jovem de 18 anos, matou 14 crianças e um professor "de uma forma hedionda e sem sentido", disse o governador do Texas, Greg Abbott, durante uma coletiva de imprensa.
O atirador também morreu, acrescentou, destacando que "acredita-se que os agentes que responderam (o chamado) o mataram".
Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden foi informado sobre o ocorrido e fará um pronunciamento.
"Suas orações estão com as famílias afetadas por este terrível evento e falará esta noite quando voltar" de sua viagem à Ásia, informou a porta-voz da Presidência Karine Jean-Pierre.
A motivação do ataque é desconhecida até o momento.
Mais cedo, o Hospital Uvalde Memorial tinha informado no Facebook que havia atendido "13 crianças", e acrescentou que duas pessoas "tinham morrido" quando chegaram, sem especificar suas idades.
Outro hospital, o University Health, na cidade vizinha de San Antonio, informou ter recebido "dois pacientes", um adulto e uma criança". Uma mulher de 66 anos também se encontrava em "estado crítico".
O ataque a tiros ocorreu na Escola Fundamental Robb, em Uvalde, Texas, cidade situada entre San Antonio e a fronteira com o México. Mais de 500 crianças estavam matriculadas neste centro de ensino durante o ano letivo 2020-2021, segundo dados estaduais.
A polícia local havia informado anteriormente que um suspeito tinha sido detido após o ataque, que começou por volta do meio-dia.
A escola, frequentada por estudantes de segunda à quarta série, pediu aos pais que não fossem pegar os filhos até e que todos tivessem sinto contados.
"Por favor, não venham pegar os alunos neste momento. Os estudantes devem ser contados antes de serem entregues a seus cuidados. Vocês serão notificados para recolher os alunos assim que todos tiverem sido contabilizados", destacou em seu site na internet.
Ted Cruz, senador pelo Texas, tuitou que ele e sua esposa estavam rezando pelas crianças e pelas famílias "no horrível ataque a tiros em Uvalde".
"Obrigado às forças heroicas da ordem pública e dos socorristas por agir com tanta rapidez", acrescentou o senador republicano.
A violência mortal nesta escola do Texas ocorre depois de outros ataques maciços a tiros nos Estados Unidos este mês.
Em 14 de maio, um jovem de 18 anos matou a tiros dez pessoas em uma loja de comestíveis em Buffalo, Nova York. Usando um colete à prova de balas e um fuzil AR-15, o autoproclamado supremacista branco teria transmitido ao vivo seu ataque.
Segundo informes, ele planejou seu ataque durante meses, realizando-o no estabelecimento devido à grande concentração de afro-americanos que o rodeiam.
No dia seguinte, um homem bloqueou a porta de uma igreja em Laguna Woods, Califórnia, e abriu fogo contra sua congregação taiwanesa-americana, matando uma pessoa e ferindo cinco.
O atirador, que trabalhava como segurança em Las Vegas, atacou as pessoas por "ódio com motivação política... (E) estava incomodado com as tensões políticas entre China e Taiwan", segundo o xerife do condado de Orange, Don Barnes.
Apesar dos ataques a tiros em massa recorrentes e de uma onda nacional de violência armada, múltiplas iniciativas para reformar as regulações sobre armas fracassaram no Congresso nos Estados Unidos, deixando aos legislativos estaduais e locais promulgarem suas próprias restrições.
Os Estados Unidos registraram 19.350 homicídios com armas de fogo 2020, quase 35% a mais do que em 2019, segundo os dados mais recentes do Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), a principal agência de saúde pública americana.