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Pai denuncia racismo após filho ser confundido com pedinte
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Pai denuncia racismo após filho ser confundido com pedinte

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O caso aconteceu durante uma edição da Feira Internacional de Artesanato e Decoração (Feincartes), no shopping Riomar Fortaleza, no bairro Papicu, em Fortaleza, no dia 30 de julho (Foto: Bruno Gomes/Especial Para O Povo)
Foto: Bruno Gomes/Especial Para O Povo O caso aconteceu durante uma edição da Feira Internacional de Artesanato e Decoração (Feincartes), no shopping Riomar Fortaleza, no bairro Papicu, em Fortaleza, no dia 30 de julho

O servidor público Nílbio Thé, 41, denuncia que o filho de 12 anos foi vítima de discriminação racial durante uma edição da Feira Internacional de Artesanato e Decoração (Feincartes), no shopping Riomar Fortaleza, no bairro Papicu.

O adolescente, que é negro, foi confundido com pedinte. O caso teria acontecido no último dia 30 de julho, mas só foi denunciado pelo pai da vítima, na última terça-feira, 23. Ele registrou a ocorrência no 15º Distrito Policial da Polícia Civil do Ceará (15º DP).

De acordo com Nílbio, o episódio aconteceu durante uma degustação de queijo em um stand do Empório Gaúcho. "Ele super gosta de queijo e sabia que tinha degustação. Pela primeira vez ele foi lá e foi negado. A moça olhou para ele e disse: 'Você sabe que eu não posso lhe dar queijo, você já sabe. Então, não me peça porque eu não posso dar'", conta Nílbio, conforme relato do filho.

Diante da situação, o servidor público conta que o filho ficou constrangido, chegando a pedir desculpas para a atendente do stand. Após a negativa, ele foi embora do local. O estudante não chegou a relatar o episódio aos pais logo em seguida. Apenas três dias após o caso, quando estava novamente no shopping com a mãe, e que retornou à feira, foi que relatou o que houve.

"Foi só na terça-feira à noite que ele comentou com a mãe dele: "Só a moça do queijo que foi meio rude comigo". A Marise [mãe] olhou para ele e perguntou: "Meio rude como?" Então, ele contou a história. Ele não deixou a mãe ir ao local, tentando explicar que a moça foi até gentil porque ela avisou do segurança, que o problema era o segurança", conta Nílbio.

Em nota, o Riomar Fortaleza lamentou o episódio e informou que orientou o consumidor e fez a intermediação entre ele e o operador da Feira, locatário do shopping e responsável pela gestão dos stands. "É inquestionável que atos de racismo não devem ser tolerados em nenhuma esfera da sociedade. Inclusive, trabalhamos constantemente por meio de nosso Comitê de Inclusão e Diversidade a importância do respeito a todos os que frequentam o shopping. O empreendimento segue à disposição para qualquer novo questionamento sobre a ocorrência", consta em nota.

A Feincartes por nota, informou que acionou o Empório Gaúcho, após conhecimento do caso para que o local tomasse as devidas providências. "Não compactuamos, não aceitamos nenhum tipo de racismo ou preconceito", disse em nota. O Empório Gaúcho, por meio de mensagem no WhatsApp, informou que a funcionária que cometeu o ato foi desligada. "Não temos lugar para pessoas assim", disse.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) investiga uma denúncia de preconceito de raça ou cor.

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