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Furacão Ian toca o solo na Flórida
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Furacão Ian toca o solo na Flórida

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As ondas atingiram o Malecón em Havana, em 28 de setembro de 2022, após a passagem do furacão Ian. Cuba ultrapassou as 12 horas nesta quarta-feira em apagão total com
Foto: YAMIL LAGE / AFP As ondas atingiram o Malecón em Havana, em 28 de setembro de 2022, após a passagem do furacão Ian. Cuba ultrapassou as 12 horas nesta quarta-feira em apagão total com "geração zero de eletricidade" devido a falhas nas ligações do sistema elétrico nacional (sen), após a passagem do poderoso furacão Ian.

O furacão Ian, considerado "extremamente perigoso", tocou o solo na Flórida na tarde desta quarta-feira (28), segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, depois de já ter causado inundações "catastróficas" neste estado do sudeste americano.

No mar, as más condições fizeram com que um barco que transportava migrantes virasse. A guarda costeira ainda procura por 20 pessoas desaparecidas, enquanto outras três foram resgatadas e outras quatro conseguiram nadar até a costa, disseram as autoridades.

Na Flórida, Ian deixou mais de um milhão de casas sem eletricidade, segundo o site especializado PowerOutage, que registra interrupções de energia nos Estados Unidos.

O furacão Ian, que já devastou o oeste de Cuba nos últimos dias, deve se deslocar para o interior da Flórida durante o dia e emergir sobre o Atlântico ocidental na noite de quinta-feira, segundo o NHC.

 

 

As ruas de Punta Gorda, no sul do estado, onde alguns pedestres ainda caminhavam ao meio-dia, esvaziaram-se repentinamente na tarde desta quarta-feira, enquanto o céu ficava cinza e as chuvas se intensificavam, confirmaram jornalistas da AFP.

Ventos fortes arrancaram os galhos de muitas palmeiras do centro, sacudindo até postes de energia, quando o ciclone ainda estava a cerca de 40 quilômetros da cidade.

"Quanto mais perto chega, obviamente a ansiedade com o desconhecido aumenta", disse Chelsea Thompson, de 30 anos, que estava ajudando seus pais a proteger sua casa em uma zona de evacuação a sudoeste de Tampa.

Em Naples, no sudoeste da Flórida, imagens do canal MSNBC mostraram ruas completamente inundadas e carros flutuando na correnteza.

As ondas provocadas pela tempestade podem chegar a mais de cinco metros no litoral, de acordo com o NHC, enquanto 300 a 450 mm de precipitação são esperados no centro e nordeste da Flórida e até 600 mm em outros lugares.

"Essa é uma tempestade da qual falaremos por muitos anos", disse o diretor do Serviço Naiconal de Meteorologia (NWS), Ken Graham, em coletiva de imprensa.

"É uma grande tempestade", disse o governador da Flórida, Ron DeSantis, em entrevista coletiva na quarta-feira.

"Claramente, este é um furacão muito poderoso que terá consequências de longo alcance", acrescentou.

Cerca de dez condados da costa receberam ordens de evacuação durante a noite.

Deanne Criswell, chefe da FEMA, a agência federal encarregada de gerenciar desastres naturais, disse que Ian continuará sendo uma tempestade "muito perigosa" nos "próximos dias".

As autoridades estão se preparando "para os efeitos históricos e catastróficos que já estamos começando a ver", enfatizou antes de Ian chegar à terra firme.

 

Dos 11 milhões de clientes na Flórida, 1.044.000 sofreram com cortes de energia, informou a Poweroutage.us em seu boletim publicado às 16h22 locais (17h22 em Brasília).

O aeroporto de Tampa suspendeu as operações na terça-feira à tarde, antes da chegada do furacão, enquanto o de Orlando fez o mesmo às 10h30 desta quarta (11h30 de Brasília).

Em Cuba, a eletricidade voltou gradualmente nesta quarta-feira após 18 horas do apagão total causado pelo furacão, que atingiu a ilha matando duas pessoas e causando danos significativos no oeste.

"Voltou!!!!!!!!", gritaram moradores de Havana Velha, que correram para verificar seus freezers e o estado dos alimentos que armazenam.

Especialistas apontam que, à medida que a superfície dos oceanos se aquece, aumenta a frequência de furacões mais intensos, com ventos mais fortes e mais precipitação, mas não o número total de furacões.

De acordo com Gary Lackmann, professor de ciências atmosféricas da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, vários estudos mostraram uma "possível ligação" entre as mudanças climáticas e um fenômeno conhecido como "intensificação rápida", quando uma tempestade tropical relativamente fraca se fortalece.

 

bur-smw/lb/me-an/zm/mvv/aa

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