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Os debates que precisam ser feitos após a tragédia em Sobral
Farol

Os debates que precisam ser feitos após a tragédia em Sobral

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Foi angustiante e desesperador ver as cenas vindas da Escola Carmosina Ferreira Gomes, em Sobral. Não bastasse o caótica segurança pública do Estado, tivemos de lidar com o problema dos tiroteios em escolas e os temas que episódios como esse suscitam. Tudo que se pode dizer em um momento como esse é pequeno diante da dor das vítimas, das famílias e da comunidade escolar. Os esforços, entretanto, devem ser todos para garantir o mínimo amparo.

Ver que um conjunto de instituições foram chamadas para conversas e que atendimento psicossocial foi ofertado é esperançoso. Espera-se que essas ações sejam duradouras e não cessem quando o assunto deixar de ser pautado. Por outro lado, no debate que, necessariamente, deve se seguir, seria saudável não fazer ilações tão firmes sobre aspectos eminentemente subjetivos, psicológicos. O simplismo, ainda que bem intencionado, pode ser nocivo à causa que pretende defender.

É de fundamental importância que o bullying seja debatido, mas não só por conta de situações como esta, e sim de maneira permanente. Não se pode analisar o assunto sob um viés de causa-consequência. A declaração feita pelo adolescente a PMs de que sofria bullying e, por isso, planejou o atentado deve ser tratada com parcimônia. A arma que ele usava é outro tema que merece igual atenção. Torna-se essencial ter em mente que situações de risco podem ser potencializadas se o fácil acesso a armas é a regra. E ainda não podemos nos esquecer da ressocialização. O que teremos a oferecer ao adolescente autuado a partir de agora?

 

 

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