Consagrada por ser o primeiro centro cultural e linguístico alemão no Brasil destinado à comunidade, a Casa da Cultura Alemã da Universidade Federal do Ceará (CCA-UFC), completou 60 anos de existência nesta segunda-feira, 10. O dia contou com programação de debate, workshop intercultural e mesa-redonda sobre a importância da língua alemã. Durante a tarde, foram realizadas apresentações artísticas de dança, música, gastronomia e quiz.
Esta comemoração traduz uma história que teve início no dia 10 de outubro de 1962, quando o professor Antônio Martins Filho contribuiu para que a cultura, e a língua alemã, disseminasse no Estado. Para tanto, a CCA-UFC é o maior projeto de extensão da instituição e uma referência no País pelo seu ensino acessível e qualitativo.
Como pontua a coordenadora da Casa de Cultura Alemã, Rogeria Pereira, “falar uma língua estrangeira, no Brasil, ainda é considerado um luxo. O que fazemos aqui é tornar possível, para qualquer cidadão, independente de classe social ou econômica, a oportunidade de aprender um novo idioma, e o contato com uma nova cultura por meio de um método comunicativo intercultural”.
“A maioria do nosso público são os universitários, mas também recebemos jovens a partir dos 14 anos, adultos e idosos. A única restrição é ter o fundamental completo”, destacou Rogeria.
Reflexo desta oportunidade, a também integrante do corpo docente, Susy Almeida, relembra vivências como ex-aluna da CCA, em 2002.
“Viajei até Berlim, na Alemanha, depois de ganhar uma bolsa premium oferecida pela Goethe-Institut. Ainda pude fazer outra graduação em Letras/Alemão, mas, dessa vez, na Universidade de Colônia", contou.
"As parcerias da UFC com estas grandes instituições fortalecem o bom aprendizado dos alunos", afirmou Susy.
Ao decidir que seguiria a carreira educacional, passou por outras instituições de ensino até ser efetivada como professora da Casa de Cultura Alemã-UFC, onde está há mais de um ano. "Então, foram experiências tanto de relevância pessoal, quanto profissional, muito enriquecedoras”.
Antes estudando de maneira virtual por conta da Covid-19, a aluna Fabiana Coelho defende que a volta ao espaço significa sair da didática retrógrada e buscar a criação de atividades mais lúdicas, como o uso de livros paradidáticos, literatura, cinema, entre outras coisas.
O Cineclube é um dos projetos que busca levar, por meio de filmes, temáticas culturais e sociais alemãs. A ideia surgiu do aluno João Rodrigues, que disse: “a língua precisa ser ensinada pela imersão menos tradicionalista, ou seja, para além das salas de aula”.
Para Lucas Barreto, mestre em filosofia e também aluno da CCA, "não só aprender regras, vocabulário, é importante presenciar a cultura junto a própria língua do outro país, e este é um dos principais pontos positivos que o espaço oferece".
"Estudar uma nova língua muda a forma de enxergar o mundo. No caso do alemão, frente ao português, a formulação de frases e a cultura diferente preparam as pessoas para compreender a realidade melhor”, encerra o discente.