COAÇÃO O histórico e estrutural tensionamento entre classes, com óbvia superioridade de forças de uma sobre a outra, ganha contornos mais sérios na disputa presidencial de 2022. A dimensão emocional e não raro irracional da campanha se reflete em coação e covardia no ambiente de trabalho, ocupado por empresários e trabalhadores. O Ministério Público Eleitoral (MPE) acumula denúncias segundo as quais empresários ameaçam fileiras de trabalhadores a escolherem diante das urnas a candidatura com que ele, o dono da empresa, se identifica.
De acordo com a quase totalidade do que se pesquisa no Google sobre o tema, o candidato é Jair Bolsonaro (PL), presidente que disputa reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), este pretendente ao terceiro mandato presidencial.
Só para citar um exemplo, o líder petista é chamado de "ex-presidiário" pelo empresário Abraão Rocha, proprietário da Rocha Distribuições, que também lança ofensas ao Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST).
O assédio eleitoral é prática criminosa ainda que quase praxe para uma fração do empresariado, alheia aos sofrimentos de uma classe acostumada a perder em muitos aspectos. A Defensoria Pública da União (DPU) possui observatório para acolher denúncias e o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem disponível o botão "denuncie".