Os réus Francisco Cavalcante Cidrão Filho, José Cavalcante Cidrão e Fernando Soares Farias foram condenados por lavar dinheiro de Gegê do Mangue e Paca, mortos em 15 de fevereiro de 2018. Os valores foram usados nas compras de imóveis e caros de luxo.
O inquérito policial foi instaurado para apurar ocultação e lavagem de dinheiro praticadas pelos membros da cúpula da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em razão de investigações iniciadas após os homicídios de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, conhecido como Paca. O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2018.
Depois das investigações da Polícia Civil do Ceará, foi constado que as Gêgê e Paca estavam morando em Fortaleza. Eles usavam identidades falsas e adquiriram imóveis e veículos de valores elevados em nome de "laranjas". A ação tinha o intuito de ocultar as identidades dos verdadeiros proprietários e a origem ilícita dos recursos. O inquérito apontou indícios de crimes de roubo de cargas e veículos, tráfico internacional de drogas com Paraguai e Bolívia que seriam praticados por membros do grupo criminoso.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) reiterou a denúncia de ocultação de bens e pontuou que as investigações da Polícia Civil e da Polícia Federal, em outros inquéritos policiais, indicam que a facção costuma efetuar roubo de veículos e de cargas, transportando-os para países como Peru, Bolívia, Paraguai, para a aquisição de drogas e armas.
O documento também cita o piloto de aeronave Felipe Ramos Morais, que, em seu depoimento, afirmou que Gegê e Paca chegaram ao Ceará em setembro de 2017.
O piloto Felipe admitiu, em depoimento, que transportava grandes quantidades de drogas por via aérea, relatando viagens de helicóptero para países vizinhos. Já a motivação do crime que vitimou Gegê e Paca seria porque os dois estariam roubando milhões em dinheiro da facção.
Conforme o documento, a defesa de José Cavalcante Cidrão e Francisco Cavalcante Cidrão Filho alegou que não foi demonstrada a prática do crime de lavagem de dinheiro. A defesa questionou a quebra de sigilo e busca e apreensão. E afirmou que não foi comprovado que os réus tinham conhecimento da vida criminosa de Gegê e Paca, que os réus não agiram com dolo de lavagem de dinheiro.
A defesa de Fernando Soares Farias alegou que é notório que o acusado é inocente, não existindo nenhum dolo ou culpa na sua conduta, que foi "ludibriado pela expectativa de retornar a sua atividade comercial lícita" e que não restou demonstrada a prática de lavagem de dinheiro.