O Brasil saiu antes da hora da Copa do Mundo no Catar. A seleção tinha potencial para chegar pelo menos na semifinal, onde cruzaria com a Argentina, mas a Croácia atrapalhou tudo.
A Canarinho tinha a defesa como setor mais eficaz, porém não teve competência para segurar uma vitória por 15 minutos. Nas penalidades, já com psicológico abalado, foi inferior aos croatas.
Como em toda eliminação, responsáveis pelo fracasso foram eleitos pela torcida. Tite foi o mais apontado. De fato, o treinador cometeu erros contra a Croácia, como demorar a mexer no time, executar trocas que não mudaram muito a partida e até fazer com que o principal jogador do Brasil não participasse da disputa por pênaltis. Isso sem falar na convocação de Daniel Alves, que pouco contribuiu, a ponto do Brasil jogar oitavas e quartas de final com um lateral improvisado.
Antes da queda, no entanto, Tite era considerado, dos técnicos que comandaram o Brasil, um dos mais capacitados. A sequência dele após 2018 teve até apoio popular. Até a goleada sobre a Coréia do Sul, falava-se bastante da vocação ofensiva da grupo montado por ele, como das muitas opções no banco.
Fred foi outro condenado por estar no ataque na hora do contragolpe croata que gerou o empate, mas já havia sido elogiado contra a Suíça. Neymar viveu 11 minutos de glória até o adversário empatar, mas com o resultado final, foi mais uma vez cobrado por não chamar a responsabilidade em campo e ser o líder que se esperava. O goleiro Alisson também foi questionado, como em 2018.
É fato que o Brasil não sobrou na Copa como nas oitavas de final, mas é exagero dizer que a seleção fez um péssimo papel no mundial. O avançar na fase de grupos foi tranquilo, mesmo com a derrota do time reserva para Camarões, e, no primeiro jogo eliminatório, o sonho do hexa foi alimentado, tanto que chegamos ao duelo contra a Croácia na condição de favorito.
Tite encerra seu ciclo na seleção deixando a sensação de que podia ter feito melhor, porém longe de ser decepcionante.
Sem o Brasil, a Copa do Catar seguirá por mais uma semana com a grade histórica do Marrocos, primeira seleção do mundo árabe a chegar numa semifinal; com Messi tentando coroar a brilhante carreira que possui com um título pela Argentina; a Croácia lutando pela segunda decisão seguida do torneio e a França com o intuito de colocar mais uma estrela no peito.