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Líder de pesca ilegal mandou matar Bruno e Dom, afirma PF
Farol

Líder de pesca ilegal mandou matar Bruno e Dom, afirma PF

|Javari| O "Colômbia"
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'Colômbia' foi mandante de assassinato de Bruno e Dom Phillips, diz PF (Foto: )
Foto: 'Colômbia' foi mandante de assassinato de Bruno e Dom Phillips, diz PF

A Polícia Federal concluiu que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia, em junho do ano passado, foram encomendados por Rubén Dario da Silva Villar, o "Colômbia". O estrangeiro está preso desde dezembro, depois de descumprir condições impostas ao ganhar a liberdade mediante fiança, em outubro.

O resultado da investigação foi apresentado ontem, 23, em entrevista coletiva realizada na superintendência da PF em Manaus (AM). Em junho, Colômbia era apontado como suspeito de ser o mandante. Apesar de ser uma figura conhecida e temida na chamada tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru, e de estar no radar da polícia há anos, policiais da região chegaram a relatar à reportagem que só viram a primeira fotografia dele dias após os assassinatos.

No Javari, Colômbia era apontado como operador de um esquema de extração ilegal e venda de peixes que abastece não apenas comércios, hotéis, restaurantes e cafés do Alto Solimões, mas também cidades mais distantes como Tefé e Manaus. Ribeirinhos, indígenas, indigenistas e policiais apontam ainda suspeita de vínculo do estrangeiro com o tráfico internacional de drogas operado na Amazônia.

Colômbia exerceria influência sobre comunidades ribeirinhas que são cooptadas para a extração ilegal dentro da terra indígena do Javari. Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", e Jefferson Lima da Silva, o "Pelado da Dinha", seriam fornecedores de Colômbia.

"Temos provas de que ele (Colômbia) fornecia munições para o Jefferson e para o Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo", disse o delegado Alexandre Fontes, superintendente da PF no Amazonas.

A conclusão sobre o mando do crime surge após a PF ter inicialmente descartado a possibilidade. Em 17 de junho, 12 dias após os assassinatos, a polícia emitiu nota dizendo que "as investigações apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito". A instituição voltou atrás. Colômbia foi preso em 8 de julho e desde então, segue encarcerado. (AE)

 

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