O homem suspeito de cometer os crimes de perseguição e violência psicológica contra uma jogadora de vôlei cearense perseguia a jovem há cinco anos; na época, a garota tinha 14 anos de idade. Com o tempo, a observação a distância passou para mensagens insistentes nas redes sociais e idas aos locais onde a jovem estava. O homem foi preso em flagrante nessa quarta-feira, 22.
Em depoimento à Polícia Civil do Ceará (PC-CE), após ser preso, o homem disse que viu a adolescente pela primeira vez na igreja. O homem teria trabalhado por cerca de um mês prestando serviços gerais na igreja onde a esportista frequenta.
"Ele procurou saber quem era ela, o nome, onde morava, as redes sociais... Desde o ano passado, ele começou a assediá-la pedindo para segui-la no Instagram e com mensagens quase que diárias", relata o delegado-adjunto do 5º Distrito Policial (DP), José de Anchieta Fernandes Vilela.
O homem afirmava que via a jovem na igreja, passava em frente à casa dela todos os dias e sabia o local e o horário onde ela treinava. Passou a insistir para segui-la no Instagram e mandar mensagens nas redes sociais. Foi diante dessas mensagens que a atleta percebeu a perseguição e denunciou o stalker à Polícia.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), a jovem se sentia acuada e ameaçada, mudando a própria rotina. As saídas à rua aconteciam somente acompanhada por familiares e informando os itinerários a pessoas próximas, por exemplo.
Segundo o delegado, o homem afirma que insistia porque a jovem "só estava se fazendo de difícil" e que "queria vencê-la pelo cansaço". Ele teria por hábito conhecer mulheres por meio de redes sociais e de seguir aquelas cujas fotos de perfil pareciam mais bonitas.
O delegado considera a possibilidade de haver outras vítimas do homem, e as investigações permanecem, com foco nessa hipótese.
Conforme o delegado Anchieta Fernandes, o caso é investigado desde abril de 2022. Inicialmente, a Polícia trabalhava com a hipótese de se tratar de um perfil falso, o qual deixou de ser utilizado por algum tempo.
No início deste mês de março, a jovem retornou à delegacia relatando que o homem tinha voltado a enviar mensagens, agora mais insistentes.
A PC-CE identificou o endereço do roteador de internet do homem, o smartphone que estava sendo utilizado e as linhas telefônicas que estavam vinculadas ao aparelho.
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Além disso, a esportista notou que estava sendo observada na igreja onde frequenta. Por meio de vídeos das câmeras de segurança, os policiais identificaram o homem em frente ao local e passando pelo endereço da casa da atleta. Com isso, os agentes procederam para deter o suspeito.
No momento da prisão, ele estava em casa e vestia a mesma camiseta que usava no dia que foi à igreja. O celular do homem estava desbloqueado e registrado na rede social, onde ainda constavam as mensagens enviadas para a vítima.
O suspeito foi levado ao 5°DP, onde responderá pelos crimes de perseguição e violência psicológica contra a mulher, previstos no artigo 147 do Código Penal. Os crimes têm pena de reclusão, de seis meses a dois anos, e multa.