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Em Jericoacoara, duna do Pôr do Sol diminui de tamanho por intervenção da natureza e humana
Farol

Em Jericoacoara, duna do Pôr do Sol diminui de tamanho por intervenção da natureza e humana

Professor que realizou estudo sobre o caso afirma que a movimentação de pessoas na formação acaba contribuindo que a areia seja lançada ao mar em uma escala mais rápida
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DUNA do Pôr do Sol em fevereiro de 2014 (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima DUNA do Pôr do Sol em fevereiro de 2014

Ornamento do litoral de Jijoca de Jericoacoara, a duna do Pôr do Sol, um dos principais pontos turísticos da Cidade, vem desaparecendo ao longo dos últimos anos. A formação, que já chegou a ter 60 metros de comprimento em meados da década de 1980, hoje pode ser descrita como uma faixa de areia à beira mar.

Estudos apontam que, para além do curso da natureza, ações humanas estão contribuindo para o processo de diminuição de tamanho da duna. A vegetação do espaço e a sua ocupação por turistas para ver o entardecer do Sol são fatores que contribuem para a mudança de sua aparência.

Ao O POVO, o professor Paulo Sousa, vinculado ao Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (Labomar/UFC) e autor de um estudo que abrange a duna Pôr do Sol, afirma que os ventos da região acabam movimentando os sedimentos que esculpem a formação, fazendo com que ela migre de lugar.

“Este fenômeno [da migração da duna] é mais comum no segundo semestre do ano, quando se observa o período seco. Se não houver chuva, o vento trabalha com muita competência para transportar este material [areia]. Os ventos sopram estas dunas em um determinado sentido. O seu caminho natural é o oceano”, aponta o docente.

A própria movimentação involuntária de quem vai à duna observar o Sol se pôr acaba contribuindo para que grãos de areia se movam, ressalta Sousa — é comum que turistas e moradores pulem no topo da formação após o fenômeno ser presenciado. Em períodos de alta estação, existe concentração de um grande número de pessoas no espaço.

Os sedimentos movimentados pela ação humana, sublinha o professor, são lançados a outras direções em uma escala mais rápida do que o usual. “A ação das pessoas acaba gerando uma espécie de avalanche, que é jogada na praia e é levada pelo oceano”, pontua.

Paulo lembra que as areias seriam movidas pela própria natureza, mas que deveria existir a discussão sobre o papel que a ação humana possui na movimentação dos sedimentos. “É importante que as pessoas e os gestores fiquem atentos, porque o desaparecimento da duna do Pôr do Sol é emblemático. É o cartão postal de Jericoacoara, todos querem ir até lá".

 


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