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Após 7 anos sem óbitos por raiva humana, Ceará registra morte pela doença; saiba cuidados
Farol

Após 7 anos sem óbitos por raiva humana, Ceará registra morte pela doença; saiba cuidados

Agricultor de 36 anos morreu após manifestar sintomas de raiva humana por ter sido agredido por macaco sagui
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Sesa orienta sobre cuidados para prevenir vírus da raiva humana (Foto: Carol Kossling)
Foto: Carol Kossling Sesa orienta sobre cuidados para prevenir vírus da raiva humana

Após sete anos sem registrar óbitos por raiva humana, o Ceará registrou uma morte pela doença na cidade de Cariús, a 401,6 km de Fortaleza. A informação foi divulgada na última sexta-feira, 5, pela Secretaria da Saúde (Sesa). A vítima foi um agricultor de 36 anos, que teve contato com um macaco sagui em fevereiro deste ano, mas só veio procurar atendimento no fim do mês de abril, com o início da manifestação dos sintomas da doença.

Constatada a suspeita de raiva humana, o município comunicou à Área Descentralizada de Saúde e ao GT Zoonoses da Sesa. Foi providenciada a transferência para hospital de referência, onde veio a óbito, com causa confirmada pelo Lacen após coleta minimamente invasiva realizada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). A Sesa reforça que irá apoiar todas as medidas de prevenção e controle da doença em Cariús.

Considerada uma doença viral, a raiva pode ser transmitida de uma animal para uma pessoa por meio, principalmente, de mordedura ou lambedura. A condição é fatal e a melhor forma de evitá-la é a vacinação pós-exposição.

O vírus da raiva tende a migrar para o sistema nervoso central. Nos humanos, a condição pode causar um quadro de encefalite — inflamação no cérebro — aguda, resultando em alta taxa de letalidade: aproximadamente 100% dos casos são fatais.

Dentre os principais sinais e sintomas da doença em humanos, destacam-se dificuldade de engolir (alimento, água ou saliva), fotofobia (desconforto visual em relação à claridade), tremores involuntários e salivação excessiva. Em animais domésticos, como cães e gatos, também ocorre salivação em excesso associada à agressividade ou à mudança comportamental.

No Ceará, conforme informações da Sesa, de 2017 a 2022, foram realizados 236.447 atendimentos envolvendo casos antirrábicos no Ceará, sem nenhum óbito registrado. De 2007 a 2016, houve cinco óbitos por raiva humana, registrados nos municípios de Camocim (sagui/2008), Chaval (cão/2010), Ipu (sagui/2010), Jati (sagui/2012) e Iracema (morcego/2016).

Medidas preventivas

A pasta orienta, ainda, sobre os cuidados para evitar acidentes com animais infectados com o vírus rábico. Entre as principais orientações, estão a atenção às vacinas de cachorros e gatos, bem como ter cautela diante do contato com mamíferos desconhecidos.

De acordo com a coordenadora da Imunização da Sesa, Ana Karine Borges, “o esquema completo, realizado conforme orientação médica, confere proteção superior a 99%”.

No caso de ataque ou agressão por um mamífero, como gato, cachorro, morcego ou raposa, é importante lavar imediatamente o local da ferida com água e sabão. Em seguida, deve-se buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima.

“A avaliação da necessidade da profilaxia antirrábica pós-exposição varia conforme o tipo da lesão e a espécie do animal que ocasionou o ferimento”, explica a médica infectologista Ruth Araújo, do Hospital São José (HSJ), vinculado à Sesa.

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