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Do Jangurussu para as telas e depois?
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Do Jangurussu para as telas e depois?

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Mateus Honori, ator cearense que atuou na novela 'Vai na Fé' e no filme 'O cangaceiro do futuro" (Foto: Iago Barreto/ Divulgação)
Foto: Iago Barreto/ Divulgação Mateus Honori, ator cearense que atuou na novela 'Vai na Fé' e no filme 'O cangaceiro do futuro"

O artista Mateus Honori toca, canta, atua, dança e forja o seu espaço onde vai conseguindo. É técnico em violão clássico pelo IFCE, e se define como "cria" de projetos sociais. No Portfólio, as fotos dos 7 anos com o Mateusinho tocando o bombardino até sua participação em "Cangaceiro do Futuro" e a novela "Vai na fé", aos 23 anos.

O POVO - Hoje o Mateus que é ator se sobrepõe ao Mateus que é músico?

Mateus Honori - De jeito nenhum, o Mateus é essencialmente música. Eu acho que é uma coisa de berço, sabe? Eu vim da música. Mas eu não percebo tanta diferença, acho que estar na tela, estar no teatro, estar na cena é um pouco como fazer música. Eu sempre via assim: as cenas têm ritmos, tem melodias, existem harmonias. O diretor nesse lugar seria um grande maestro e todos os elementos da cena seriam elementos da música. Então eu acho que eu sou essencialmente músico, mas estar na cena também é fazer música para mim, por isso que eu me considero nesse lugar.

OP - Algum projeto ou personagem fez você se sentir especialmente desafiado?

Mateus Honori - O Jararaca, no "Cangaceiro do Futuro", um personagem muito desafiador. Primeiro por se tratar de um personagem histórico, realmente foi um cangaceiro que existiu. Além de história, é um personagem que, em muitos lugares, principalmente no oeste potiguar, tem uma religiosidade atrelada a ele, é considerado santo popular, como a Menina Benigna aqui no sul do Estado. Então eu estava tratando não só de um cara que merecia um cuidado, um respeito enorme, mas também era de uma responsabilidade muito grande estar falando desse cara. Além disso, todo o treinamento para andar de cavalo, treinamento manusear as armas.

OP - Que tipo de projetos te interessam mais?

Mateus Honori - Eu gosto de ler histórias e me sentir envolvido por elas. Isso aconteceu com "A Filha do Palhaço", um longa do Pedro Jorge superpremiado que eu filmei em 2021. Eu lembro quando li o roteiro e fiquei assim: "Eu acho que esse é o filme mais bonito que eu já li na vida". Essencialmente o que me atrai são boas histórias, no entanto eu venho caminhando, estudando e me aprimorando no audiovisual. Sou completamente apaixonado pela linguagem cinematográfica, tanto por consumir material audiovisual quanto por estar nele. A novela (em que viveu o personagem Carlão na juventude) foi um desafio particular que eu também quero explorar. O teatro é, na minha opinião, o melhor treinamento para o ator, a melhor licença pro ator é o teatro, mas eu quero estar nesse lugar da tela. Eu quero estudar cada vez mais. Eu quero fazer cada vez mais. Eu quero errar cada vez mais e aprender cada vez mais a fazer cinema e televisão.

OP - Algum papel que você queira a chance de representar?

Mateus Honori - Acho que não necessariamente alguém, mas eu gostei muito de fazer personagens históricos. Depois do filme do Jararaca, eu vi que é um barato esse trabalho de pesquisa, de descobrir quem é a pessoa, ir nos lugares onde ela morou, descobrir as relações dela, porque você viaja um pouco no tempo. Eu sempre fui um cara que adora história, adora ir nos lugares e ficar pensando. "Ah, o que aconteceu aqui?". Eu gosto de pesquisar, de tentar descobrir quem era essa pessoa, então mais do que uma pessoa física, personagens históricos. E claro, também adoro fazer personagens que se utilizem das minhas outras linguagens artísticas, como a música e a dança. Gosto de fazer personagens músicos, já fiz bastante no teatro, mas personagem histórico está me dando uma vontadezinha.

OP - Você se considera famoso?

Mateus Honori - Bom, na minha família, eu sou (risos). Não, não considero não. Eu acho que o que está acontecendo, de uma forma muito natural, é que o meu trabalho tá chegando a lugares onde eu sempre quis que ele chegasse. Eu quero que o meu trabalho chegue ainda mais longe, eu tô no começo do começo. Meu aniversário foi esta semana e eu fiquei muito feliz, sabe quando você faz uma retrospectiva? No passado eu fiz um monte de coisa, eu venho fazendo um monte de coisa legal, mas eu quero muito mais.

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