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Coletivo Mães da Resistência lança cartinha para ajudar famílias de pessoas LGBTQIAPN+
Farol

Coletivo Mães da Resistência lança cartinha para ajudar famílias de pessoas LGBTQIAPN+

Cartilha é destina a pais e responsáveis de pessoas da comunidade; objetivo é trazer informações fundamentais para o entendimento de questões relacionadas à causa LGBTQIAPN+
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CARTILHA foi construída por 8 meses (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS CARTILHA foi construída por 8 meses

Com o objetivo de executar ações afirmativas voltadas à aproximação da comunidade LGBTQIAPN+ aos serviços públicos municipais, entre os dias 15 e 18 de maio, a Prefeitura de Fortaleza realiza a Semana Janaína Dutra de Promoção do Respeito à Diversidade Sexual e de Gênero. A programação contará com rodas de conversa, formações, seminários e a assinatura de Termos de Cooperação Técnica entre secretarias municipais em prol dos direitos e do combate à violência contra pessoas da comunidade.

No primeiro dia de evento, ocorrido na tarde desta segunda-feira, 15, o coletivo Mães da Resistência lançou, em parceria com o Instituto Repartir e a Prefeitura, a Cartilha de Letramento para Mães da Resistência, na Academia do Professor, no bairro Centro, em Fortaleza.

A atual coordenadora do coletivo, Gioconda Aguiar, explica que a ideia do documento é levar orientação e informações primordiais no momento de descoberta da família sobre a orientação afetivo-sexual e de identidade de gênero do filho.

“Nós passamos oito meses para elaborar essa cartilha. Pegando cada mãe que a gente tem no coletivo, vendo como foi que essa mãe começou. As primeiras dúvidas dela. Então a gente fez essa elaboração pra levar pra essa comunidade, para essas famílias que não tem esse entendimento”, destaca.

Em relato de sua experiência pessoal, Gioconda conta que, ao descobrir que a filha se entendia como uma mulher trans — aos 18 anos de idade —, não sabia onde buscar auxílio e informações sobre isso.

“Eu um dia fui uma dessas famílias. Quando a minha filha se descobriu uma mulher trans, com 18 anos, também não tinha nenhum conhecimento. Me perguntei o que era uma pessoa trans. Então, assim, pensando nisso, construímos essa cartilha juntas. Foi uma ideia que partiu do coletivo”, relata a coordenadora.

O secretário da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Francisco Ibiapina, pontua que, como trabalho prioritário desenvolvido no combate à violência contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ está a divulgação de seus direitos.

“Além disso, a articulação é cotidiana, a partir da conversa com os diversos setores da Prefeitura de Fortaleza, para que os direitos possam ser reconhecidos, para que as violações não possam acontecer. E isso tem sido feito por meio da nossa coordenadoria, com a Secretaria Municipal de Educação (SME), com a capacitação de profissionais que lidam com a juventude, e também com o início da construção de uma política municipal de saúde voltada para população LGBT”, afirma o secretário.

A coordenadora especial da Diversidade Sexual da Prefeitura de Fortaleza, Andrea Rossati, salienta que a Semana Janaína Dutra serve como um momento de reflexão sobre “quais as ações que a Prefeitura de Fortaleza deve implantar, deve melhorar, deve se adequar para atender as demandas de uma população que sofre tanto preconceito, que sofre tanta discriminação como a população LGBT”.

“É importante a gente deixar bem claro que essa cartilha é uma cartilha que foi feita para mães e pais e pessoas LGBT. Ela foi produzida pelo coletivo mães da resistência. É uma cartilha que vai orientar, ajudar e contribuir para que pais e mães de LGBT possam ter uma sensibilidade maior ao iniciar o diálogo no seio da familiar, quando se tem um filho ou uma filha LGBT ou não binária ou uma travesti”, conclui.

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