A “Lua azul”, como é chamada a segunda lua cheia de um mês, embelezou o céu de Fortaleza e do restante do Brasil ontem, 30. O astro esteve mais próximo da Terra, a uma distância de 357.181 quilômetros (km). Em média, essa distância é de cerca de 384.400 km, de acordo com o Observatório Nacional. Apesar do nome, a lua não fica, de fato, azul.
“A lua leva uma média de 28 dias para dar uma volta completa em torno da Terra. 29 dias e meio para ter uma lua cheia, quase 30 dias. Então, em certos anos, o que [acontece]? Ao invés de 12 luas cheias, há 13”, explica Heliomázio Moreira, astrônomo e mestre em ensino de Física.
“Como vai ter [uma] 13ª lua cheia em um ano, obviamente, vai acontecer uma coincidência. Se você tem um mês de 31 dias em um mês e tem uma lua cheia no primeiro dia, no final vai ter [uma] outra no mesmo mês”, continua.
Os almanaques estadunidenses do passado, no entanto, apontavam que um ano deveria ter apenas 12 luas cheias. Seguindo a lógica, cada mês deveria ter uma. O termo “blue moon”, então, surgiu como uma ironia. “Aqui no Brasil a gente diz ‘no dia de São Nunca, você faz tal coisa’. Lá, [nos EUA], eles diziam: ‘Quando a lua ficar azul, vai acontecer tal coisa’”.
O termo, de acordo com a enciclopédia Britannica, era utilizado para denominar uma situação impossível, uma segunda lua cheia em um único mês parecia improvável. Daí o nome.
“A única vez que você teve uma lua mudando de cor para ficar um cinza azulado foi na erupção do vulcão Krakatoa, em 1883. [Isso] porque tinha muita cinza vulcânica na atmosfera, e algumas pessoas vislumbraram esse, vamos dizer assim, ‘fenômeno’”, adiciona Heliomázio.
Sobre o tamanho da lua, o astrônomo explica que o astro faz uma órbita elíptica ao redor do planeta. Por conta disso, vai ter um ponto mais próximo da Terra. "Esse ponto é chamado de perigeu.”.
As pessoas poderam ver o satélite natural maior e mais brilhante do que em outras datas. A maior aproximação entre a Terra e a Lua foi às 22h35min, no horário de Brasília.