O sergipano dom Gregório Ben Lâmed Paixão, da ordem beneditina, será o sétimo arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza. Foi anunciado no último dia 11 e tomará posse no cargo no dia 15 de dezembro. Fará 59 anos em 3 de novembro.

Chega à capital cearense oito anos mais velho do que quando o paulista dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, agora arcebispo emérito, desembarcou na Cidade - ambos com passagem pela diocese de Salvador.

Leozírio, seu nome de batismo, tem a erudição e os estudos muito destacados em seu currículo. Gosta de música (cursou piano e órgão de tubos) e artes plásticas (gostava de pintar imagens sacras e abstrações), é formado em Filosofia e Teologia, concluiu doutorado em Antropologia Cultural, fala grego, italiano, francês, espanhol e até lecionou a homilética, a arte de pregar sermões religiosos.

Além de estudioso (20 livros publicados), dom Gregório tem fama de simpático, cordato, caridoso. Ficaram famosos seus episódios de acolhimento, em casa, a pacientes com Covid ou de vítimas de desabamentos em Petrópolis, onde foi bispo por 11 anos.

Tudo será valioso para a nova missão. Fortaleza cresceu muito mais desde a chegada de dom José Antônio, 24 anos atrás. É uma metrópole de desigualdades gritantes - das favelas ao superprédios, dos carrões aos carrinhos de geladeiras, mansões e sem-teto.

Um arcebispo também tem o papel de mediar e reivindicar direitos para o seu rebanho menos abastado. Dom Gregório precisará se posicionar publicamente em questões sociais muito mais do que seu antecessor, e como bem fizeram antes dom Cláudio Hummes (1996-1998) e dom Aloísio Lorscheider (1973-1995). Como faz o papa Francisco.