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Inquérito indicia Renato Cariani e dois amigos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Farol

Inquérito indicia Renato Cariani e dois amigos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Os alvos responderão em liberdade. Cerca de 12 toneladas de produtos químicos teriam sido desviadas para o tráfico internacional entre 2014 e 2021
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RENATO Cariani é fisiculturista e influenciador fitness (Foto: Reprodução Rede Social)
Foto: Reprodução Rede Social RENATO Cariani é fisiculturista e influenciador fitness

O influencer fitness Renato Cariani e outros dois amigos, identificados como Fábio Spinola Mota e Roseli Dorth, foram indiciados pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro após conclusão do inquérito realizado pela Polícia Federal (PF). O relatório da PF acusa o trio de utilizar a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda, da qual Cariani é sócio, para abastecer uma rede de tráfico internacional.

Segundo o documento, a Anidrol vendia produtos químicos para supostos representantes de farmacêuticas multinacionais, a AstraZeneca, LBS Laborasa e outra empresa não identificada. A compra desses insumos, no entanto, foi negada pela Astrazeneca durante investigação realizada pela Receita Federal (RF). As informações são do g1 São Paulo.

De acordo com a PF, os materiais foram comprados em nomes de laranjas associados a uma rede de tráfico comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando Capital (PCC). Os insumos seriam utilizados na fabricação de cocaína e crack.

Participação dos investigados

A investigação concluiu que Cariani e Roseli, também sócia da Anidrol, tinham conhecimento dos crimes que seriam realizados dentro da empresa, inclusive com participação direta no esquema. As provas teriam sido obtidas a partir de interceptações telefônicas dos suspeitos feitas com autorização judicial.

Fábio, que já era investigado por tráfico de drogas em Minas Gerais e no Paraná, é apontado como responsável por organizar o repasse dos materiais para a rede de tráfico. A PF também afirma que ele teria criado um e-mail falso em nome de um suposto funcionário de uma das multinacionais.

O crime teria sido realizado entre os anos de 2014 e 2021, com o desvio de aproximadamente 12 toneladas de insumos. Para mascarar a movimentação, a Anidrol teria emitido cerca de 60 notas fiscais falsas em nome dos laranjas.

Dentre os produtos comercializados ilegalmente, estão acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, utilizados para solidificar cocaína em pó.

Segundo a PF, outros dois suspeitos foram localizados, mas serão indiciados futuramente após uma maior coleta de provas. A investigação agora caminha para descobrir onde e quem comercializava a droga.

O que diz a defesa de Cariani

Após o cumprimento dos primeiros mandados de busca e apreensão contra Cariani, feitos em dezembro do ano passado, a defesa do influenciador se posicionou por meio de nota enviada à reportagem do g1 São Paulo.

No texto, o fisiculturista afirma que respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas e que o indiciamento foi realizado antes de ele prestar depoimento. Nas redes sociais, Cariani negou participar do esquema, disse que foi surpreendido pela operação e que seus advogados não tiveram acesso ao processo.

"Fui surpreendido com um mandado de busca e apreensão da Polícia na minha casa, onde eu fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei, porque ele corre em 'processo de justiça' [sic]. Então, meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver esse processo e, aí sim, eu vou entender o que consta nessa investigação", disse o sócio da Anidrol.

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