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Desemprego fecha 2023 em 7,4%, no menor nível desde 2014, diz IBGE
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Desemprego fecha 2023 em 7,4%, no menor nível desde 2014, diz IBGE

| PNAD| IBGE
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CARTEIRA de trabalho digital. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil CARTEIRA de trabalho digital.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice para um quarto trimestre desde 2014, quando ficou em 6,6%. A pesquisa do IBGE considera tanto trabalhadores formais (com carteira assinada) quanto aqueles que atuam na informalidade.

Nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos do que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, no fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada ontem.

Entre setembro e dezembro, o País teve saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes também no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões). A geração de empregos, disse Adriana, foi "pulverizada", sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados. A queda do emprego no campo foi verificada ao longo de todo o ano passado. "Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo na pequena agricultura", disse Adriana.

Futuro

Apesar do crescimento sólido de mão de obra ocupada, o número tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e à dispensa de temporários. "No primeiro trimestre, é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas", diz o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo. Ele prevê que a taxa de desemprego deve encerrar este ano em 7,1%.

Para Galhardo, o avanço no emprego não deve pressionar a inflação, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos.

A leitura não é unânime. A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda, traz "desafios" para a desaceleração da inflação de serviços.

Já aA renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032, alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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