O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou o afastamento imediato da atual direção da Penitenciária Federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A medida foi tomada após a fuga de dois presos da penitenciária, considerada de segurança máxima. É a primeira vez que detentos conseguem escapar de um presídio de segurança máxima do País.
De acordo com o ministério, um policial penal federal foi indicado interventor para comandar a unidade. O nome do policial não informado na nota divulgada pela pasta.
A pasta informou que o policial já está em Mossoró. Ele integra a equipe da pasta que embarcou na tarde de ontem, 14, para a cidade, acompanhando o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, e que vai verificar a operação de recaptura dos detentos.
Mais cedo, o ministério havia divulgado medidas determinadas por Lewandowski diante da fuga dos detentos. Entre elas, o ministro ordenou uma revisão nos protocolos de segurança das cinco penitenciárias federais do país, abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar a fuga e a inclusão dos nomes dos fugitivos na lista da Interpol.
O dois presos fugitivos, segundo informações preliminares, são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Na penitenciária, também estão integrantes do alto escalão de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).
São cinco presídios desse tipo no País: além de Mossoró, há unidades em Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília. Os fugitivos cumpriam pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Acre, mas foram transferidos após terem participado de uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, que resultou na morte de cinco detentos, em julho de 2023.
Essa transferência para a Penitenciária Federal de Mossoró foi feita a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MP-AC). Além de Deibson e Rogerio, outros 12 presos foram transferidos nas mesmas circunstâncias.
O Senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) cobrou o governo federal sobre a fuga. Para o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública durante gestão de Jair Bolsonaro (PL), é necessário que haja esclarecimento sobre o ocorrido. A oposição já se organiza para convocar Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, para tratar sobre o assunto. (Das agências)