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Esportista desde criança, cearense Eder Costa vira referência no mundo do CrossFit
Farol

Esportista desde criança, cearense Eder Costa vira referência no mundo do CrossFit

Sócio fundador da Crossperformace, o profissional concedeu entrevista exclusiva ao O POVO e contou trajetória, deu dicas e explicou a ascensão do esporte
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Éder Costa, atleta e coach de Crossfit (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal Éder Costa, atleta e coach de Crossfit

Uma pesquisa para tirar dúvida de alunos. Foi assim que se iniciou a trajetória de um dos principais nomes do Crossfit no Brasil — tanto como atleta de elite quanto como coach. O cearense Eder Costa, de 39 anos, viveu o mundo da luta por muito tempo antes de se tornar profissional de Educação Física.

Anos depois, já Mestre em Fisiologia pela Uece, começou a dar aulas universitárias, e foi aí que se iniciou uma nova fase da carreira. Sócio fundador da Crossperformace, empresa que já atendeu mais de 2 mil alunos em todo o Brasil, ele concedeu entrevista ao O POVO e contou sobre a sua trajetória em um dos esportes mais aclamados na atualidade.

O POVO - Como iniciou sua carreira no mundo do CrossFit?

Eder Costa - Entrei nesse mundo em 2012, quando era professor universitário. Tinham muitas dúvidas de alunos perante ao CrossFit. Fui procurar fazer para poder trazer essa prática para dentro da sala de aula, gostei muito e acabei direcionando toda energia nesse esporte. Vi uma brecha muito grande para poder adentrar e tentar me destacar nisso.

Como é um esporte que veio dos Estados Unidos, ele veio todo "brifado" (com orientações). Muitos profissionais aqui no Brasil eram meros replicadores, isso acontece até hoje. Vi uma brecha para conceituar mais e trazer a ciência do treinamento esportivo.

O POVO - Qual a sua visão sobre essa grande adesão das pessoas ao esporte?

Eder - O CrossFit, assim como qualquer outra atividade física, gera essa adesão pelo fato de ser feito coletivamente. Estou na área esportiva desde 2003. A prática esportiva mais vibrante eram os esportes coletivos, como hidroginástica, ginástica, futebol, vôlei. As pessoas compartilham frustrações, conquistas, superações e isso faz com que se crie um elo de amizade muito grande entre os praticantes. A rotina de conviver com as mesmas pessoas e estar se desafiando é um ingrediente muito positivo.

O POVO - E como foi a sua trajetória até chegar ao nível de elite no esporte?

Eder - Fui um garoto que gostava de praticar atividade física, meus pais me incentivaram. Sempre fui da luta, desde os meus 9 anos. Fiz karatê, judô, jiu-jitsu. Minha família nunca foi de hábitos saudáveis e eu sempre enxerguei a ideia de uma boa alimentação. Eu era um “ponto de inflexão” da família. Meu grande incentivador foi meu professor de jiu, Ricardo.

Depois ingressei na Estácio, onde fui professor posteriormente, no curso de Educação Física. Me formei em 2007 e em 2008 já fui para o Mestrado, na Uece (Universidade Estadual do Ceará), em Fisiologia. Assim que finalizei o Mestrado, dei início ao Doutorado, mas acabei abandonando devido o falecimento dos meus pais.

O POVO - Quais foram os seus maiores feitos como atleta?

Eder - Meu maior feito como atleta foi conquistar uma vaga para o Mundial em 2021, sendo o primeiro brasileiro a se classificar na categoria 35 + Elite. Além disso, já consegui colocar outros cinco atletas no Mundial. Em 2023 conseguimos um pódio de terceiro lugar na categoria de 44+. A nível nacional, tivemos quatro títulos da categoria masculina Elite, além de 24 pódios durante todas essas temporadas no Brasileiro.

O POVO - Como é o dia a dia? Consegue dar conta de tudo? (risos)

Eder - Acordo bem cedo e já treino, depois tomo um café da manhã. Trabalho praticamente em home office, na minha empresa de consultoria de treinos e cursos, não dou aulas particulares. Muitas vezes à tarde faço um segundo treino, isso vai depender muito do período do meu treinamento e do dia da semana.

São treinos, a depender da época, que variam entre musculação e cardio. No treinamento esportivo, essas coisas se mesclam muito. Tudo depende do período, o tempo que você está fazendo determinado estilo de estímulo e onde está fazendo.

O POVO - Qual conselho você daria para quem também pretende ser profissional de Educação Física?

Eder - Ser profissional de Educação Física é muito prazeroso, mas, assim como em qualquer outra área, você tem que se identificar. Aquela máxima de "fazer por amor" não existe, tem dia que você está de saco cheio. Tem que fazer parte do seu estilo de vida.

Não concordo muito com alguns profissionais que vendem prática de atividade física e não vestem essa ideia. Eu gosto de comer superbem e praticar atividade porque me sinto bem. Não é para ter o corpo A ou corpo B, eu faço porque gosto. Quem quer entrar nessa área tem que gostar. A maior dica é praticar e ensinar. Se você for com a ideia de "Ah, quero ser personal porque quero ganhar dinheiro", isso aí não vai dar certo.

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