O Ceará deve atingir uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 732,5 mil toneladas a serem produzidas em 2024, registrando um avanço de 54% em relação a 2023, quando o montante era de 475,5 mil toneladas.
As estimativas foram divulgadas, nesta quinta-feira, 11, pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O feijão — especificamente da primeira safra — registrou uma alta de 88,3% no levantamento em 2024, com 116,2 mil toneladas, ante 61,7 mil toneladas em 2023. Essa foi a maior produção por safra e produto nos dados referentes a junho.
Já o milho — especificamente da segunda safra — registrou o maior recuo do período em relação à produção por safra e produto. Com uma queda de 58,6%, o LSPA estimou 450 toneladas do insumo em 2024, contra 1.086 em 2023.
A estimativa para o total de área plantada da Safra 2024 no Ceará registrou um leve recuo de 0,1% em relação a 2023, saindo de 1.368.024 toneladas para 1.366.491 toneladas de um ano para o outro.
O maior recuo da área plantada foi registrado pelo sorgo, com queda de 43,1%, o equivalente a 800 toneladas em 2024, ante 1.405 toneladas em 2023.
Já o maior crescimento da área plantada ficou a cargo da mandioca, com alta de 11,1%, somando 74,5 mil toneladas neste ano, contra 67,1 mil no ano passado.
Por outro lado, a previsão para a área colhida é de crescimento de 0,1% na Safra 2024 no Estado, com um total de 1.366.418 toneladas neste ano. Em 2023, o montante era de 1.365.358 toneladas.
Com estimativa de 259,8 milhões de toneladas, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do Brasil deve recuar 6,2% em 2024 em relação a 2023, quando detinha 315,3 milhões de toneladas. São cerca de 19,5 milhões de toneladas a menos.
De acordo com o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, a Safra 2023/2024 contou com vários problemas desde o início da sua implantação, como a falta de chuvas e a incidência de altas temperaturas.
"No Rio Grande do Sul houve excesso de chuvas e inundações. E agora com a colheita do milho de segunda safra, temos constatado que esses problemas foram mais graves que imaginávamos", pontuou o analista.
"Os estados que sofreram as maiores reavaliações foram Minas Gerais, com uma queda de quase 900 mil toneladas, além de Paraná e Bahia. Em contrapartida, houve crescimento na estimativa da produção do arroz em Tocantins", acrescentou.
Já o gerente do LSPA, Carlos Barradas, concordou que, de fato, a redução da produção brasileira refletiu o impacto dos problemas climáticos do ano passado para cá. "Em junho, continuamos apurando as perdas ocorridas no Sul e no cerrado", pontuou.
No País, apenas o algodão contou com recorde de produção, em meio a um crescimento de 9,8% e ao acréscimo de 12,5% na área cultivada. A área colhida de 2024 registrou, também, um leve aumento de 0,6% no levantamento em relação a 2023.