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A tela azul e o medo que nos assombra
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A tela azul e o medo que nos assombra

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Painéis com informações sobre voos mostram mensagens de erro em meio a uma interrupção global de TI no Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Delhi, na sexta-feira, 19 de julho de 2024
 (Foto: Money SHARMA / AFP)
Foto: Money SHARMA / AFP Painéis com informações sobre voos mostram mensagens de erro em meio a uma interrupção global de TI no Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Delhi, na sexta-feira, 19 de julho de 2024

O mundo experimentou na última sexta-feira, 19, um pouco daquilo que foi alardeado há 24 anos, na passagem para os anos 2000, do que seria o 'bug do milênio': uma falha de proporções globais que colocaria em risco tudo que era comandado por computadores. Uma lista que, nos dias de hoje, é ainda mais ampla, como bancos, transporte, energia, telefonia e serviços básicos.

E olha que nem foi preciso uma mudança complexa, como a virada da numeração do calendário de 99 para 00 nos sistemas dos computadores, ou um grande ataque hacker, como se chegou a especular no início. Na verdade, a pane global que prejudicou 8,5 milhões de máquinas com o Windows, software da Microsoft, foi causada por um erro na atualização de um programa antivírus da CrowdStrike, empresa independente de segurança cibernética.

Embora a falha já tenha sido corrigida, ainda vai levar uns dias para resolver os problemas decorrentes da "tela azul da morte" nos sistemas de muitas empresas ou fazer as contas do prejuízo causado.

Basta lembrar que no sábado, dia 20, mais de 24 horas após o apagão, milhares de voos ainda estavam atrasados em aeroportos do mundo inteiro. Ou que, no Reino Unido, o sistema público de saúde, o NHS, ainda enfrentava uma série de problemas, principalmente no agendamento de consultas e exames. Em um dia, o valor de mercado da CrowdStrike caiu US$ 9 bilhões, equivalente a R$ 50 bilhões, com queda de 11% no valor das ações.

Porém, mais assustador que isso, é saber que, em um mundo cada vez mais conectado - em que a maior parte das ações cotidianas passa pelo intermédio de um clique - esse tipo de problema tende a ser mais recorrente. Isso porque a conectividade é um caminho sem volta.

Os especialistas apontam que, após o incidente, novos parâmetros de segurança devem ser implantados. Afinal, as atualizações de sistemas não podem deixar de ser feitas diante de um risco ainda maior de ataques.

Mas, para a sensação de impotência que muitas pessoas e empresas sentiram - de não ter um plano B diante de um cenário de apagão digital - há muito pouco a ser feito.

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