A Caixa começou a fazer a distribuição dos lucros do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para mais de 130,8 milhões de trabalhadores. Ao todo, serão pagos R$ 15,2 bilhões dos R$ 23,4 bilhões apurados de lucro, que foi recorde.
Apesar do percentual a ser partilhado neste ano ter sido reduzido para 65%, este continua sendo o maior montante desde que começou a distribuição, em 2016. No ano passado, quando o índice estava em 99%, o repasse foi de R$ 12,7 bilhões.
O Governo alegou que era preciso reservar uma parte dos recursos para criar um "colchão de emergência" que vai garantir a rentabilidade do FGTS sempre em patamares superiores ao da inflação, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste ano, isso não será um problema, já que, com a distribuição de resultado, as contas do FGTS terão uma rentabilidade de 7,78%. Bem acima da inflação do período (4,62%). Mas é bom lembrar que, na última década, em oito anos, o FGTS perdeu para a inflação.
Na prática, isso fez com que essa poupança compulsória do trabalhador perdesse valor ante outras aplicações. O que alimenta a razão daqueles que defendem que é preciso dar mais autonomia ao trabalhador para administrar um recurso, que é dele.
Porém, isso não pode ser feito a qualquer preço. E o "saque-aniversário" é um exemplo. Mais de 354 mil trabalhadores gaúchos ficaram sem poder usar o Saque Calamidade porque já tinham comprometido os recursos de suas contas do FGTS com os agentes financeiros. É preciso um meio-termo, que privilegie mais os trabalhadores e menos os bancos.