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Violência em desocupação ainda sem respostas
Farol

Violência em desocupação ainda sem respostas

| TENSÃO |
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Confronto entre ocupantes de um terreno e homens encapuzados no Pirambu. A violência deixou uma pessoa morta (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Confronto entre ocupantes de um terreno e homens encapuzados no Pirambu. A violência deixou uma pessoa morta

O cenário era de guerra nas primeiras horas da manhã da terça-feira, 10, no Grande Pirambu, em Fortaleza. Viaturas da Polícia Militar, agentes armados, destroços, cheiro de fumaça e a população em pânico. A desocupação de um terreno privado registrou episódios de violência que deixou marcas para além dos destroços materiais no espaço.

Mais de 600 famílias já tinham demarcações e, algumas, já tinham barracos na ocupação "Deus é Amor", e que acabaram vivenciando cenas de tensão. Pela madrugada, homens armados e encapuzados chegaram removendo as moradias. Uma jovem de 28 anos morreu durante a desocupação, e nenhum responsável ainda foi preso. O rastro da violência ficou entre arranhões e marcas de tiros de borrachas pelo corpo e olhar de quem perdeu tudo.

A falta de respostas da Segurança Pública e versões contraditórias da desocupação refletem a falta de responsabilidade com o caso e a falta de assistência a que os moradores estão submetidos. A dor de quem perdeu uma casa e um ente querido ficou. Também ficou o sentimento de desamparo e injustiça.

É preciso de respostas, acolhimento e assistência para quem ficou desamparado e com traumas. A falta de moradias e de condições financeiras para bancar um aluguel levaram os moradores a ocupar o terreno. O combate a desigualdade social também é responsabilidade da gestão pública, que falha ao deixar tantas famílias desamparadas e submetidas a violência.

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