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André, Evandro e a "guerra" por apoios
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André, Evandro e a "guerra" por apoios

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André Fernandes e Evandro Leitão fazem segundo turno em Fortaleza (Foto: Samuel Setúbal)
Foto: Samuel Setúbal André Fernandes e Evandro Leitão fazem segundo turno em Fortaleza

Os números da primeira pesquisa Datafolha para o segundo turno em Fortaleza são um indicativo do imenso desafio que tanto André Fernandes (PL) quanto Evandro Leitão (PT) têm pela frente. Um cenário de empate técnico (47% a 45%) que exige dos dois candidatos estratégias precisas e busca por apoios que influenciem diretamente aqueles eleitores que não optaram no domingo passado nem pelo bolsonarista nem pelo petista.

Nesse quesito, André largou melhor. Trouxe para a campanha o ex-deputado federal Capitão Wagner (União), quarto colocado na disputa pelo Paço Municipal, além de quase toda a bancada de vereadores eleitos pelo PDT, e o mais importante: terá ao seu lado nessa reta final o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT).

Pelo lado de Evandro Leitão, surpreendeu a entrada da deputada federal Luizianne Lins (PT), que subiu ao palco do ato realizado na última sexta, 11, na Praça do Ferreira, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A atitude surpreende pelo fato de a ex-prefeita ter ficado todo o primeiro turno longe da Capital, muito em razão das mágoas decorrentes do processo interno do PT em que Evandro se saiu vencedor. Entretanto, segundo a própria Luizianne destacou, é hora de "engolir o trauma" e derrotar o que ela classificou como "projeto fascista".

Obviamente que esses apoios não trazem apenas bônus, mas também ônus. André Fernandes, por exemplo, está se juntando com os "culpados" por tudo que ele criticou na primeira etapa da disputa, inclusive a própria "Taxa do Lixo", que ele prometeu extinguir.

Já durante a pandemia, o hoje candidato do PL chegou a dizer que seu mais novo aliado, RC, seria preso após operação da Polícia Federal em Fortaleza. Fora as críticas que o próprio Roberto Cláudio fez bem recentemente a André. Contradições que podem afetar a avaliação do eleitorado.

Evandro, por sua vez, herda de Luizianne, com essa aproximação, também os desgastes dos oito anos de gestão petista na Capital, marcados por greves na educação, obras paradas, buracos nas vias e muitas polêmicas.

Mesmo doze anos após o fim da governo da correligionária, ainda existe uma rejeição muito forte na cidade em relação à ex-prefeita. Fora que ainda há dúvidas sobre o real nível de engajamento da deputada federal na campanha pela prefeitura.

Aspectos positivos e negativos que serão mensurados e levados em conta pela população. Enquanto isso, é muito trabalho e atuação nas ruas e nas redes até o fim dessa disputa que promete resenhar a política local, principalmente diante dessa curiosa simbiose entre cirismo e bolsonarismo.

 

 

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