A Edições Demócrito Rocha realizou nesta quarta-feira, 16, a primeira etapa do lançamento coletivo da Coleção Nova Terra Bárbara. Biografias de Adísia Sá (escrita por Luiza Helena Amorim), Emília Freitas (Alcilene Cavalcante), Gerardo Mello Mourão (Rodrigo Marques), Henriqueta Galeno e Nacélio Limaverde (ambas de Natércia Rocha) foram os títulos lançados na primeira fase.
O evento aconteceu no Espaço O POVO, com a presença dos Rodrigo Marques e Luiza Helena Amorim, além da mediação de Raymundo Netto, responsável pela coordenação e organização do projeto. Um dos principais critérios para a escolha dos biografados presentes na coletânea foi a ligação com o Estado, quer fosse por nascimento ou legado deixado no Ceará. “O objetivo é que realmente haja uma equidade entre homens e mulheres nos 10 títulos. São cinco homens e cinco mulheres biografadas, de pessoa viva só temos a Adísia”, explica Raymundo. Já os biógrafos são designados conforme a proximidade com os personagens das histórias a serem contadas, segundo o organizador da coletânea.
Como Luiza Helena Amorim, responsável pelo perfil de Adísia Sá, que pesquisa sobre a vida de uma das primeiras jornalistas cearenses desde a época em era estudante da graduação de Jornalismo. “Já fui assim meio assustada de ter esse contato com ela, de pedir autorização e foi um momento muito especial, porque quando eu tive esse primeiro encontro com ela, nós descobrimos juntas que ela estava completando 50 anos de jornalismo”, lembra a autora.
A descoberta favoreceu a escrita e a pesquisa para o livro-reportagem sobre Adísia, conforme relembra a Luiza. “Essa oportunidade que recebi de revisitar essa história é muito importante para trazer, porque hoje tenho a perspectiva de pesquisadora”, ilustra a escritora que é mestre em História.
Rodrigo Marques por sua vez, salientou a excentricidade de Gerardo Mello Mourão. “Tudo o que ele viveu parece uma ficção”, justifica Rodrigo sobre o personagem que participou de diversos eventos históricos, como a passagem da Coluna Prestes em Crateús. “Para falar sobre ele, eu escrevi uma espécie de romance, uma biografia romanceada. Foi o desafio de escrever essa obra”, detalha.
O retorno para a história de Adísia Sá envolveu além de volta para os materiais que Luiza Helena Amorim já havia apurado em sua primeira pesquisa, o encontro com novos arquivos sobre a célebre comunicadora cearense de 94 anos.
“Fui para dentro da Bece e pesquisei jornais da época para trazer novas histórias. Quando a gente está trazendo a nova edição, temos que trazer outros fatos e ampliar alguns. Então foi uma oportunidade muito importante e muito boa de trazer essa história”, destaca Luiza.
A biografia também relembra que cada entrevista feita com Adísia Sá foi um momento de aprendizado. “Cada entrevista com ela era uma lição de jornalismo, de ética e aí foi muito interessante passar todas essas fases dela iniciando na profissão as dificuldades por ser uma mulher”, celebra.
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