Voltado ao desenvolvimento regional, o Banco do Nordeste (BNB) registrou movimentação de R$ 87,6 bilhões no Pix em 2024, o equivalente a um crescimento de 38% em relação a 2023, em cerca de 190,7 milhões de operações a nível nacional.
O montante considera tanto entradas quanto saídas. Havia, ainda, 4.069.014 chaves Pix cadastradas na entidade até o último ano, representando uma alta de 24% em relação ao número do ano anterior.
As transferências de quantias até R$ 100 foram maioria, com cerca de 56,6 milhões de pagamentos realizados no ano passado.
Embora não tenha compilado um recorte de quantas transferências via Pxx acima de R$ 5 mil foram realizadas, nos casos envolvendo pessoas físicas, ou acima de R$ 15 mil, no caso de pessoas jurídicas, que passaram a ser monitoradas pela Receita Federal, desde 1º de janeiro de 2025, o BNB informou que aproximadamente 7,5 milhões de pagamentos entre R$ 1.000 e R$ 9.999,99 foram efetuados, enquanto cerca de 479 mil pagamentos entre R$ 10.000 e R$ 99.999,99 foram feitos.
Por outro lado, as operações de valores maiores, acima de R$ 100.000, foram as que tiveram menor quantidade de pagamentos realizados, cerca de 31,5 mil.
Vale lembrar que esse tipo de monitoramento pela Receita Federal já era realizado em operações feitas por meios como o TED e o DOC, desde 2003, e são realizadas apenas para efeitos de combate à sonegação, a despeito de informações falsas que circularam na internet nas últimas semanas de que ele implicaria em taxação das operações via Pix.
Segundo o diretor de negócios do BNB, Luiz Abel Amorim, os dados sobre as transações realizadas via Pix em 2024 consolidam a estratégia “acertada” do Banco Central de propiciar “um instrumento de inclusão financeira, em que as pessoas podem fazer movimentação de valores em tempo real”.
Amorim destacou que, diferentemente das modalidades do TED e DOC, as pessoas passaram a optar pelo Pix justamente por não haver cobrança de tarifa em operações para pessoas físicas, situação que não vai se alterar com as novas regras. “Todas as transações de pequeno valor e qualquer compra têm sido feitas”, enfatizou.
Em nível de comparação, no ano de 2021, o BNB operava com 1.218.172 chaves Pix, que movimentaram R$ 18,7 bilhões em 28 milhões de operações. Em 2022, esses números passaram para 2.293.075 chaves, R$ 44,1 bilhões de recursos e 95,3 milhões de operações. Já em 2023, eram 3.292.280 chaves cadastradas, R$ 63,4 bilhões de recursos movimentados e 150,1 milhões de transações feitas.
O diretor de negócios do BNB afirmou que esse crescimento de 234% no número de chaves Pix cadastradas, de 2021 para 2024, é reflexo, também, dos mais de 2 milhões de clientes ativos na operação do programa de microcrédito Crediamigo, pois os volumes de operações do Pix acabam sendo, principalmente, desse público.
Além disso, Amorim disse perceber que o Pix vem ajudando a economia regional, pontuando que há, contudo, uma menor circulação de valores em espécie. “Isso tem diminuído o volume de transações em papel, até por facilidade de troco, etc.”, exemplificou.
Por fim, O POVO também solicitou informações sobre as transações realizadas via Pix pelo BNB, especificamente no Ceará. A instituição financeira informou que está separando os dados, mas não houve compartilhamento dessas informações, em particular, até a publicação desta matéria. (Colaborou Adriano Queiroz)