O presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu nesta segunda, 3, adiar por um mês a taxação de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá. Os acordos com os dois países envolveram promessas dos vizinhos americanos de reforçar a fronteira para coibir o tráfico de drogas e a imigração ilegal - justificativas do republicano para o tarifaço, que começaria a vigorar hoje.
O acordo com o México foi anunciado pela manhã, após conversa por telefone de 45 minutos entre Trump e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum. Ela prometeu enviar 10 mil soldados para a fronteira. "Há uma relação de respeito e de iguais", disse ela, em entrevista coletiva. "Tenho certeza de que, em um mês, podemos fornecer resultados."
Em sua rede social, a Truth Social, Trump disse que os agentes mexicanos seriam deslocados "para interromper o fluxo de fentanil e migrantes ilegais".
Com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, foram duas ligações durante o dia. No começo da noite, ele disse que o país vai destinar US$ 1,3 bilhão (R$ 7,5 bilhões) para garantir a segurança na fronteira entre os países. "Quase 10 mil agentes da linha de frente estão e continuarão trabalhando para proteger a fronteira", escreveu Trudeau, em uma postagem no X (ex-Twitter)
Trudeau disse ainda que indicará um "czar" para tratar do combate ao narcotráfico. Segundo ele, os cartéis de drogas serão designados como "organizações terroristas". "Também assinei uma nova diretriz de inteligência sobre crime organizado e fentanil, e a apoiaremos com US$ 200 milhões (por volta R$ 1,1 bilhão)", disse.
Pela Truth Social, Trump afirmou que o adiamento ocorreu "para ver se um acordo econômico final com o Canadá pode ser estruturado".
Os EUA, porém, mantiveram a tarifa de 10% sobre itens da China, mas Trump disse que conversaria com o presidente chinês, Xi Jinping, "nas próximas 24 horas". Ainda ontem, a China acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Reação
Os mercados sentiram o vaivém das medidas anunciadas por Trump no sábado. As Bolsas dos EUA, asiáticas e europeias caíram. Nos Estados Unidos, os principais índices do mercado de ações ficaram no vermelho: Dow Jones fechou em -0,28%, S&P 500, em - 0,76%, e Nasdaq teve baixa de 1,20%.
Já o índice Nikkei 225, do Japão, recuou 2,66%, e o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 2,52%. O Euro Stoxx 50, composto pelas maiores empresas da Europa, fechou em baixa de 1,3%.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, também recuou, -0,13%. Depois de perder 5,56% ante o real em janeiro, o dólar fechou em queda de novo, a 11.ª seguida, cotado a R$ 5,81, recuo de 0,35% no dia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)