O preço dos alimentos tem sido uma pedra no sapato do governo Lula. Aliás, não só dele, mas de boa parte dos governantes mundiais. E é importante que se preocupem. Afinal, mais do que mexer com os indicadores de popularidade de uma gestão, a gente está falando de comida na mesa da população.
E a pressão tem deixado Lula desnorteado, a ponto de dar declarações infelizes como a da última semana, na qual ele sugere que a população deixe de comprar itens que achem que "estão caros". Um prato cheio para a oposição. O vídeo de Nikolas Ferreira satirizando as declarações viralizou e não é difícil entender o porquê.
Trocar alimentos mais caros por outros mais baratos é o que as famílias já fazem há tempos, quando a situação aperta.
O azeite, por exemplo, para muitos já é apenas uma lembrança de períodos mais abastados. Também não é distante a época em que o Brasil assistiu estarrecido, em 2021, ao aumento das vendas de carcaças ou ossos em supermercados, diante da disparada do preço da carne, durante o governo Bolsonaro.
Mas, definitivamente, não são conselhos de orçamento doméstico que os brasileiros querem ouvir do presidente. E, sim, o que o Governo pretende fazer, do ponto de vista estrutural, para ampliar a oferta de alimentos no mercado interno e, assim, baratear os preços.
E, nesse sentido, o Governo já vinha acertando com o anúncio de R$ 7,1 bilhões para facilitar o escoamento da produção. Mas falta mais. Trabalhar para reduzir os juros? Com certeza. Contudo, um caminho também pode ser olhar de forma mais assertiva para os pequenos produtores e para uma produção que impacte menos o meio ambiente, e, consequentemente, a safra.