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Manuela D’Ávila e Larissa Gaspar expõem dados sobre violência política de gênero no Brasil
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Manuela D’Ávila e Larissa Gaspar expõem dados sobre violência política de gênero no Brasil

O evento contou com a presença de vereadoras de vários municípios do Ceará, da Secretária dos Povos Indígenas, Juliana Alves, e da senadora Augusta Brito
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Manuela D'Ávila participou do II Seminário Estadual da Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Foto: Mariana Lopes)
Foto: Mariana Lopes Manuela D'Ávila participou do II Seminário Estadual da Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) recepcionou o II Seminário Estadual da Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero, nesta quinta-feira, 13. O evento contou com a presença da deputada estadual e presidente da Frente, Larissa Gaspar (PT), e da ex-deputada federal e ex-candidata à vice-Presidência da República, Manuela D’Ávila.

As duas apresentaram dados referentes aos registros de violência política de gênero contra a mulher no Brasil. A deputada estadual utilizou dados da pesquisa realizada pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos, em que relatam que no ano de 2024 foram registrados 274 casos de violência política de gênero, representando 38,4% dos casos totais de violência política no ano.

Ainda segundo a pesquisa, cerca de 40% das ocorrências de violência política contra as mulheres são ataques virtuais. “É por isso que a gente defende tanto a regulamentação das redes sociais, porque não podemos aceitar que esses instrumentos de acesso à informação sejam usados para a prática de crime”, diz Gaspar.

No enfoque das rede sociais, o discurso de Manuela D'Ávila teve como base a pesquisa feita pelo Instituto E Se Fosse Você?, fundado e presidido pela ex-candidata à vice-Presidência, que analisou as postagens de apoio feitas a oito mulheres parlamentares que tornaram públicas ameaças de morte no Brasil.

Segundo o Instituto, as ameaças comecaram a ser publicizadas após a denuncia em conjunto das vereadoras mineiras Iza Lourenço e Cida Falabella. A pesquisa analisou as redes sociais de 350 políticos, e entre eles, apenas 52 representantes mencionaram publicamente o apoio as parlamentares  ameaçadas,  14,86% do total.

"Tinha sempre um argumento que era assim: 'Ah, mas é que a gente não pode falar, porque aumenta a repercussão, protege as mulheres se a gente não fala'. Meu conselho é: tem saúde mental, torne público, porque tornar público que proteje a vítima", argumentou Manuela.

A secretária dos Povos Indígenas, Juliana Alves, e a senadora Augusta Brito (PT) também compareceram ao seminário. O evento contou com a participação de vereadoras de vários municípios do Ceará, como a vereadora de Jaguaribe Nayana Lima (PP), que foi uma das palestrantes ao lado de D’Ávila, Gaspar e Monalisa Soares.

“Nós temos um estado extremamente marcado pelo machismo pelo patriarcado e acredito que as colegas vereadoras do Interior se identificam com o que eu vou dizer agora. No Interior, isso é um pouco mais acentuado, né, então, nós temos realidades dos sertões Ceará adentro em que, para muitos, a mulher estar na política é uma afronta pelo simples fato dela colocar seu nome à disposição para política”, destaca Nayana.

O evento também foi palco de homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018, fazendo sete anos do ocorrido nesta sexta-feira, 14.

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