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‘Fazemos cinema porque não temos como fazer outra coisa’, diz Murilo Hauser, roteirista de ‘Ainda Estou Aqui’
Farol

‘Fazemos cinema porque não temos como fazer outra coisa’, diz Murilo Hauser, roteirista de ‘Ainda Estou Aqui’

Em Fortaleza para a Mostra Porto Iracema das Artes, os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega falam sobre o processo de roteirização de "Ainda Estou Aqui"
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Em passagem por Fortaleza, os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega falam ao O POVO sobre o processo de roteirização de
Foto: Ana Raquel Santiago/CDMAC/DIVULGAÇÃO Em passagem por Fortaleza, os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega falam ao O POVO sobre o processo de roteirização de "Ainda Estou Aqui"

“Fazemos cinema porque não temos como fazer outra coisa”, afirma Murilo Hauser, na antesala 1 do Cinema do Dragão do Mar.

Dentro da programação da 12ª Mostra Porto Iracema das Artes (Mopi), o Complexo Cultural Dragão do Mar recebeu, nesta quinta-feira, 20, os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega, responsáveis pelo longa ganhador do Oscar 2025, “Ainda Estou Aqui”.

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No aguardo da sessão mediada em que iriam participar, os cineastas relataram ao O POVO as minúcias, o processo e a metodologia para adaptar para as telonas o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015.

'Ainda Estou Aqui': roteiristas falam sobre filme e livro

Enquanto o filme centra-se na vida da família já no Rio de Janeiro, o livro descreve os acontecimentos antes desse período: a vida em São Paulo, o Golpe de 1964, a cassação e o exílio do deputado Rubens Paiva.

Entre outros detalhes, como a inexistência do cachorro Pimpão, que, na verdade, representa um ou vários gatos que transitavam pela casa da família carioca, a principal diferença reside no ponto narrativo escolhido por Murilo e Heitor para conduzir a história: Eunice Paiva.

“A ideia de contar a história com ela sendo a personagem principal surgiu de uma frase do Marcelo, na qual ele se dá conta de que Eunice é a protagonista de sua família. A partir daí, iniciamos um trabalho de pesquisa que foi desde conversar com as filhas de Eunice até ir atrás de amigos da faculdade dela”, explica Heitor.

Por mais potente que tenha sido a figura de Eunice Paiva, enaltecida pela entrega de Fernanda Torres, para a repercussão da narrativa, os roteiristas destacam também outro personagem narrativo que perceberam desde o primeiro contato com a obra de Marcelo, em 2016.

“O livro também cria uma personagem muito potente, que é aquela casa, que representa a materialização do Rio de Janeiro e de tantas famílias brasileiras. Após conversarmos com a família, e também com Walter (Salles, diretor do longa), que frequentou aquele espaço, começamos a tentar imaginar e construir essa casa na narrativa”, afirma Murilo.

Roteiristas de 'Ainda Estou Aqui' participam de atividade da Porto Iracema das Artes

Tutor da Escola Porto Iracema, o roteirista ressalta o encanto da nova geração do cinema cearense

O debate com os roteiristas, que teve início às 19 horas, faz parte do projeto “Anatomia do Filme”, carro-chefe da 12ª Mostra Porto Iracema das Artes (Mopi), realizado pela Escola Porto Iracema das Artes.

Além de ser uma mostra que movimenta o cenário artístico da cidade, a Mopi representa um momento de reflexão sobre os processos formativos da Escola.

Tutor do Lab Cena 15 - Laboratórios de Criação Audiovisual da Escola - Murilo reflete sobre a potência que vem com a nova geração de roteiristas cearenses.

“Eu faço cinema porque preciso. E, ao chegar na Porto Iracema, me deparo com pessoas como eu, que são apaixonadas e que têm uma necessidade de contar uma história, de uma avó, mãe, conhecido. Sinto que esse chamado encantado pelo cinema é algo que atravessa gerações e poder participar do Lab Cena 15 realmente me renova”, destaca Murilo.

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