O remake de "Vale Tudo" finalmente estreou na TV. A produção era a mais comentada entre os telespectadores fiéis e a turma saudosista, pois era a promessa de dar novos rostos a papéis marcantes de um grande sucesso.
Entre os infinitos debates sobre o folhetim, o retrato do Brasil sempre esteve no centro das discussões. Isso porque a trama original é de 1988, período pós-ditatorial do País, que vivia uma hiperinflação de 933,62%. A icônica e impiedosa vilã Odete Roitman foi criada sob o reflexo da elite nacional: arrogância, discriminação e desprezo pela nação.
A regravação, no entanto, se sustenta pelos temas centrais da obra: corrupção e abismo social, ainda atuais no Brasil. A linguagem, no entanto, mudou.
Desde a última segunda-feira, 31, acompanhamos a história que mantém cenas marcantes da referência, mas com uma cara moderninha. Maria de Fátima, a protagonista, não quer mais ser modelo, mas sim uma influenciadora digital.
Sobre ela, outra mudança: a recepção do público. Se antes ela era completamente odiada por suas "trambicagens", hoje ela é vista como um ícone "brat" (mimada / desobediente) e tem a torcida das mídias sociais.
"Vale Tudo" de 2025 é a grande aposta dos 60 anos da Globo, que tenta se recuperar dos recordes negativos de audiência e, para isso, está pisando em ovos para agradar o público conservador e a geração das divas "brat" na internet.