O duplo assassinato das irmãs influenciadoras na Barra do Ceará, bairro em que ainda registrou uma chacina com quatro mortos e uma tentativa de chacina que deixou cinco feridos, os assassinatos do empresário Vinícius Cunha Batista no Luciano Cavalcante e do advogado Silvio Vieira da Silva no Genibaú, a execução de uma mulher dentro de um ônibus no Monte Castelo, decapitações em Amontada e em Caucaia…
Os últimos dias foram marcados por diversos crimes de grande repercussão que acentuaram a já generalizada sensação de insegurança e revolta diante da criminalidade que atinge o Estado. É verdade que respostas rápidas foram dadas pelas Forças de Seguranças a alguns desses crimes, com a prisão de suspeitos e a realização de grandes operações em territórios deflagrados. Mas isso é pouco para as famílias enlutadas pelas perdas de seus entes queridos, assim como para quem se tranca em casa com medo da violência.
O que talvez traga mais desesperança ao cearense é a falta de perspectiva de ver essa realidade mudar para valer. Reduções tópicas nas estatísticas de criminalidade são insuficientes, pois se dão em cima de um cenário de altíssimos níveis de violência, o que já perdura há mais de 20 anos. O desafio, portanto, é não fazer mais do mesmo. Os governos — principalmente, do Estado — não podem repetir as mesmas ações que nos trouxeram à situação em que estamos nem se contentar com a reatividade pautada pelo acontecer dos fatos.