Na tarde desta quarta-feira, 14, a situação do Minimuseu Firmeza, localizado no bairro Mondubim, foi pauta de audiência pública na Câmara Municipal de Fortaleza, promovida pela vereadora Mari Lacerda (PT).
O momento contou com a presença de representantes de parte da administração do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), além da Secretaria de Cultura do Ceará, representada pelo secretário-executivo Rafael Felismino; do gerente de cultura do Sesc Ceará, Alemberg Quindins; de herdeiros dos artistas Estrigas (1919–2014) e Nice Firmeza (1921–2013) e de moradores da comunidade do Parque Santana.
“A ideia dessa audiência é a promoção de uma construção coletiva que pense em um desenvolvimento, em questões habitacionais e nas pessoas que frequentam esse espaço”, argumentou a vereadora Mari Lacerda (PT). Em um auditório lotado, foram discutidas ações de reestruturação da casa – considerada um dos pontos de memória cultural e artística do Ceará, também acervo e equipamento de lazer para a região –, e planos para a infraestrutura das ruas no entorno que dão acesso ao espaço.
“[Esse momento] É muito bacana porque a gente percebe o tamanho da potência desse lugar ao conseguir mobilizar uma rede que envolve sociedade civil, instituições privadas e órgãos públicos.”, comenta Helena Barbosa, secretária de cultura de Fortaleza, ao citar o plano municipal de descentralização. “O Minimuseu representa isso, uma cidade criativa. A gente não pode perder de vista que Fortaleza é sobretudo uma cidade que pulsa cultura”, adicionou a gestora.
Oficialmente museu desde 1969, a casa originalmente de Nice e Estrigas guarda inúmeras obras do casal de artistas, entre pinturas, desenhos e esculturas, além de livros, publicações e documentos. Partilhada entre quatro herdeiros, a casa-museu também possui um grande quintal no qual reside um baobá, árvore irmã do baobá presente no Passeio Público.
“Após quase 12 anos da morte de Estrigas, a gente está conseguindo ter essa conversa. (...) Então, hoje, estamos aqui para pensar no futuro.”, disse Rachel Gadelha, gestora e uma das herdeiras do museu e diretora-presidenta do Instituto Dragão do Mar (IDM). Na ocasião, Rachel, relembrando sua infância na casa dos tios, listou algumas das necessidades do equipamento, como reparo na casa e jardim, além de infraestrutura e pavimentação urbana.
Entre momentos de debate e conversas acerca das possibilidades de melhoria do espaço cultural, tratados em conjunto com órgãos públicos e instituições privadas, foram mencionados ações de responsabilidade do Metrofor – como o reparo do muro do metrô e sinalização nas estações para viabilizar o acesso da população –, o tombamento do Minimuseu Firmeza – favorecendo as questões estruturais e de manutenção da residência – e também serviços de infraestrutura, segurança, pavimentação e iluminação pública. Listando o plano de ações para o Minimuseu Firmeza, a vereadora Mari Lacerda afirmou que o projeto será levado ao prefeito de Fortaleza, apresentado-o como um programa de interesse da atual gestão.