Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram citados em anotações encontradas com integrantes de um grupo investigado pela Polícia Federal por envolvimento em atividades de espionagem e extermínio. A agenda, apreendida durante a operação, contém menções aos ministros Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes.
Cristiano Zanin é o relator do inquérito que levou à identificação de cinco militares — da ativa e da reserva — suspeitos de participar do esquema criminoso. Já Alexandre de Moraes é responsável pelas investigações e ações penais relativas à tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
No caso de Pacheco, ex-presidente do Senado, as anotações indicam a possibilidade de monitoramento, embora, segundo apuração do portal g1, não haja detalhes específicos sobre as ações planejadas pelo grupo contra os ministros ou o senador.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, expressou ao blog da jornalista Daniela Lima preocupação com o caso:
"O governo vê com muita preocupação as sucessivas desarticulações de organizações criminosas, fomentadas pelo extremismo político e discurso de ódio proliferados nas redes sociais, que se voltam contra a vida de autoridades públicas, em especial contra os Ministros do STF".
Os integrantes do grupo preso se autodenominavam “caçadores de comunistas e corruptos”. A organização, conhecida como “Comando C4” — sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos” — é formada por militares e civis, e teria como foco a prática de homicídios por encomenda e o monitoramento ilegal de autoridades.
A ação faz parte da sétima fase de uma operação da Polícia Federal que investiga a suposta venda de decisões judiciais nos tribunais de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Durante o avanço das investigações, a PF identificou a atuação paralela do grupo especializado em atividades ilícitas de inteligência e eliminação de alvos.
Nesta etapa, a PF cumpre cinco mandados de prisão contra membros da organização, que vinha sendo monitorada por operar como uma espécie de agência clandestina de espionagem e extermínio.