Logo O POVO+
Tribunal dos EUA bloqueia tarifas recíprocas de Trump
Farol

Tribunal dos EUA bloqueia tarifas recíprocas de Trump

Porta-voz de Trump arremete contra 'juízes não eleitos' por decisão sobre tarifas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
PRESIDENTE dos EUA, Donald Trump (Foto: Jim WATSON / AFP)
Foto: Jim WATSON / AFP PRESIDENTE dos EUA, Donald Trump

Um tribunal americano especializado em comércio internacional bloqueou ontem, 28, as tarifas “recíprocas” de pelo menos 10% que o presidente Donald Trump impôs a produtos que ambos no país, por considerar que apenas o Congresso tem competência para isso.

Trump emitiu decretos em 2 de abril que impõem uma tarifa mínima de 10% a todos os produtos que entram nos Estados Unidos, e de até 50% em função do país de origem.

Posteriormente, suspendeu algumas das tarifas mais elevadas para dar espaço à negociação com os governos e blocos de países, como a União Europeia.

O Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC, na sigla em inglês), composto por três juízes, decidiu que o Congresso não delegou poderes "ilimitados" ao presidente na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Nacional de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês), que Trump invocou para justificar suas tarifas.

Segundo o ITC, o presidente não pode invocar a lei de 1977 para “impor uma sobretaxa ilimitada a produtos de praticamente todos os países”.

Os juízes estimam que os decretos de 2 de abril "excedem os poderes outorgados ao presidente em virtude da IEEPA para regular como mediante o uso de tarifas aduaneiras".

Em uma opinião por escrito que acompanha a decisão, um dos juízes considerou que "uma delegação ilimitada de autoridade tarifária constituiria uma cessão indevida do Poder Legislativo para outro ramo do governo", o que contraria a Constituição americana.

"A IEEPA permite ao Presidente adotar as avaliações econômicas permitidas em caso de emergência para combater uma ameaça 'extraordinária e incomum'", frisou o ITC.

A Casa Branca arremeteu contra “juízes não eleitos”, ao argumentar que eles ultrapassaram seus limites.

“Não cabe a eleitores não eleitos decidirem como abordar de forma adequada uma emergência nacional”, disse o porta-voz Kush Desai. “O presidente Trump prometeu colocar os Estados Unidos em primeiro lugar, e o governo está comprometido em usar cada recurso do Executivo para abordar esta crise e restaurar a grandeza americana.”

O que você achou desse conteúdo?