Sob o olhar atento do filho Pedro, de 7 anos, Alexandre traja a determinação que tem sido o combustível de sua rotina nos últimos quatro meses. O mesatenista destaca o apoio da família, composta também pela esposa Merijane e a filha caçula Maria Catarina, como o principal pilar para superar o baque de um diagnóstico precoce.
"Fui ao fundo do poço, com muita depressão, ansiedade e angústia. Minha família me deu muito apoio, foi algo que me tirou do buraco". Foi a partir desse impulso que Alexandre conseguiu reencontrar, em uma antiga paixão, sua principal aliada para tratar a doença: a raquete. Segundo ele, mesmo chegando cabisbaixo ao primeiro treinamento, recebeu conselhos de todos os lados. Descreve como um aconchego "quase familiar, maternal".
O primeiro contato do mesatenista com o esporte aconteceu aos 12 anos. Aos 28, ainda chegou a frequentar uma academia profissional, mas a relação foi se afastando. Quase duas décadas depois, Alexandre se vê novamente embalado pelos sons de "ping-pong". Por recomendação médica, o tênis de mesa ganhou novamente protagonismo em seu dia a dia, auxiliando a fortalecer sua aptidão física e mental.
"Eu me senti muito apto. Pensei que o Parkinson iria me bloquear, tanto mental como fisicamente. E não aconteceu, pelo contrário, eu estou jogando melhor com o Parkinson do que sem", detalha. Inspirado pelos colegas da "Turma do Grilo", como o experiente Francisco Façanha, Alexandre passou a ver o obstáculo com naturalidade e otimismo e já almeja alcançar o nível competitivo profissional da modalidade.
"A gente não tem que se preocupar muito com o futuro, não. Tem que viver o presente, tentar fazer as atividades que dão prazer, que nos mantêm com a cabeça no lugar", comenta Façanha sobre os conselhos dados ao novato. Façanha encontrou na academia Grilo um refúgio para lidar com boa parte dos sintomas da enfermidade.