Após o tombamento de um caminhão que transportava óleo de soja em uma rodovia na Serra de Tianguá, cerca de 30 mil litros do material escorreram para um córrego e contaminaram a água. O acidente ocorreu na última quinta-feira, 12.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Município, o material percorreu aproximadamente oito quilômetros até atingir uma cachoeira. A grande quantidade de óleo alterou a cor da água.
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O acidente foi registrado na BR-222, no km 301, na altura do Sítio Prensa, também conhecido como Pé de Serra. Segundo o secretário de Urbanismo e Meio Ambiente de Tianguá, Valfrido de Paulo, a contenção dos danos começou imediatamente após a constatação do vazamento.
“A empresa responsável pelo caminhão iniciou a aplicação de um material absorvente, mas, devido ao grande volume, o óleo acabou descendo pelas canaletas até o córrego. Então o seguro do caminhão foi acionado, que possui uma apólice para casos como esse, prevendo a recuperação do material”, afirmou.
A empresa baiana RG Response, especializada em acidentes ambientais, foi contratada para realizar o trabalho. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, na sexta-feira, 13, foi realizado o diagnóstico dos pontos críticos. Já no sábado, 14, o óleo começou a ser coletado.
Segundo Valfrido de Paulo, a operação envolve três frentes de trabalho: a primeira se concentra na limpeza do asfalto; a segunda realiza a sucção do óleo com o uso de barreiras de contenção instaladas ao longo do riacho; e a terceira atua mais adiante no leito do curso d’água, monitorando possíveis avanços da mancha.
“Estamos fazendo uma vistoria para garantir que o óleo não continue avançando pelo curso do riacho, que deságua em outros afluentes. Caso não seja feito esse trabalho, o óleo poderia chegar ao Açude de Angicos”, alertou o secretário. O Angicos abastece, principalmente, a população dos municípios de Frecheirinha, Uruoca e Senador Sá.
“Já conseguimos conter parte significativa e, somente no primeiro dia, recolhemos 6 mil litros. No segundo dia, mais 10 mil litros foram coletados, mas, após a decantação, restaram apenas 3 mil litros de óleo puro”, detalhou Valfrido.
A previsão é de que os trabalhos de despoluição durem cerca de 15 dias. O óleo coletado está sendo armazenado e será transportado para Fortaleza ao fim da operação, quando será encaminhado a uma empresa certificada para o devido descarte, ainda a ser contratada.
O município acredita que os danos podem ser controlados, principalmente pelo material não ser derivado de petróleo.
“Aí sim, as consequências seriam muito mais sérias, podendo até tornar a área irrecuperável. Como a área é de cachoeira e o terreno é muito acidentado, não há peixes. Conseguimos conter o óleo em pontos estratégicos. A vegetação afetada é basicamente rasteira. Algumas folhas estão com aparência brilhosa por causa do óleo, mas ainda não identificamos impactos severos à fauna”, disse o secretário Valfrido.
Após a conclusão da limpeza, o município deve elaborar um relatório técnico com diagnóstico da área e a quantidade de resíduos removidos.
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O POVO entrou em contato com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) sobre a atuação de fiscalização e monitoramento na área afetada. A matéria será atualizada após uma resposta.
O motorista que conduzia o caminhão morreu no acidente, após ficar preso às ferragens e não resistir aos ferimentos. O homem de 44 anos era natural do estado da Bahia. O óbito foi constatado no local pelos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Conforme o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), uma guarnição de salvamento foi acionada via para a ocorrência, às 5h52min. A operação foi concluída às 8h40min.