É nas dependências da horta didática da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Campus do Pici, que o projeto Cores da Natureza toma forma e apresenta ao público o ciclo de vida das borboletas. A ação, idealizada em 2006, culminou no Borboletário Didático da instituição.
As visitas para o espaço são divulgadas com antecedência por meio da rede social (no Instagram: @borboletarioufc), no início e no final de cada mês. Para grupos com mais de cinco pessoas, uma data extra pode ser considerada, além dos dias pré-estabelecidos.
“Durante a visita, atendemos o público apresentando, primariamente, as plantas que servem como hospedeiras das lagartas, e as plantas nectaríferas para a alimentação das borboletas”, descreve o estudante João Manuel Alves, monitor do projeto e discente do curso de Agronomia.
País sem borboletas? Estudo indica declínio desses insetos nos EUA | ENTENDA
De acordo com Alves, a visita inclui a mostra de ovos de insetos, lagartas e casulos. As borboletas que já estão em sua fase adulta ficam livres, “voando no ambiente”.
O borboletário também atende escolas, apresentando a diversidade biológica das borboletas e outros insetos. Nesse caso, é preciso enviar um ofício para o e-mail (borboletarioufc21@gmail.com), indicando os objetivos da visita, o número de alunos e a faixa etária.
“Fazemos a exposição das caixas entomológicas, abordando a diversidade de insetos presentes nelas, seu papel ecológico e ambiental e como eles se comportam (alimentação, horário de atividade, etc)”, acrescenta João Manuel.
O espaço realiza a doação de mudas de espécies nativas hospedeiras das lagartas. O próprio visitante pode participar da jardinagem e retirar a sua muda no canteiro, utilizando pá e luvas.
Borboletas são flagradas bebendo lágrimas de cágado na Amazônia peruana; VEJA vídeo
A professora Niedja Goyanna, coordenadora do projeto Cores da Natureza, explica que o programa foi idealizado a partir de demandas de escolas, outros cursos e universidades, além de instituições variadas. Na ocasião, um interesse na relação "insetos-plantas-ambiente" foi notado.
A curiosidade também foi despertada com a disciplina de Entomologia Agrícola, do curso de Agronomia da UFC. As aulas incluem classificação e montagem de insetos, compartilhando as coleções em caixas entomológicas.
"O Borbolétário requer atividades diárias e conhecimento sobre a biologia das espécies ali criadas e mantidas", ressalta Niedja. Outro ponto levantado é a identificação de plantas hospedeiras e de insetos indesejáveis, ou seja, que podem afetar o ambiente.
"O desafio maior é conseguir materiais imprescindíveis e manter a estrutura física para evitar a invasão de outros insetos e animais indesejáveis, por não termos qualquer ajuda financeira", completa.
Os visitantes podem ajudar com doações de materiais que contribuam para a manutenção do espaço, como jarros, sementeiras, implementos e utensílios de jardinagem. Além disso, sementes e plantas também são uma opção.
A preferência são sementes de plantas com potencial nectífero para as borboletas se alimentarem dentro do espaço. O projeto também é responsável pelo plantio de feijão, milho e melancia, para acompanhar e identificar quais insetos visitam o plantio.