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Governo envia projeto para endurecer penas de furto e receptação de celulares; entenda
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Governo envia projeto para endurecer penas de furto e receptação de celulares; entenda

Ainda não há data para o projeto ser votado. Antes de virar lei, o texto passa pela Câmara e pelo Senado
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FURTO e roubo de aparelhos são considerados uns dos principais problemas da segurança pública (Foto: Lorena Louise/Em 23-1-2025)
Foto: Lorena Louise/Em 23-1-2025 FURTO e roubo de aparelhos são considerados uns dos principais problemas da segurança pública

O governo Lula (PT) enviou nesta quarta-feira, 25, ao Congresso Nacional projeto de lei que aumenta as penas por furto e receptação de celulares. A proposta prevê endurecimento não apenas para quem furta, mas para quem compra esses aparelhos para revender.

Elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o texto foi enviado ao Palácio do Planalto em março deste ano, mas o despacho do presidente foi publicado apenas nesta quarta no Diário Oficial da União. O intuito do governo federal é diminuir furtos e roubos de celulares. 

O MJSP, conforme o G1, identifica o furto e o roubo de celular como um dos principais problemas da segurança pública ao contribuírem com o aumento da sensação de insegurança.

Conforme a pasta, o interesse dos criminosos vai além da revenda dos aparelhos. Os dispositivos são utilizados para acessar aplicativos, movimentar dinheiro via Pix, aplicar golpes e cometer outros crimes digitais com base nos dados pessoais das vítimas.

Ainda não há data para o projeto ser votado no Congresso Nacional. Antes de virar lei, o texto passa pela Câmara e pelo Senado.

Vejas as principais mudanças:

  • 1/3 até metade (50%) do aumento da pena quando os bens furtados são aparelhos eletrônicos ou qualquer outro dispositivo que possui capacidade de armazenamento de dados pessoais;
  • 1/3 até metade (50%) do aumento da pena quando os bens furtados são equipamentos, cabos ou fios relacionados à geração, transmissão e a distribuição elétrica ou à prestação de serviços de telecomunicações.

O texto também prevê penas maiores para furtos cometidos por duas ou mais pessoas e punições mais severas nos seguintes casos:

  • para quem ajuda criminosos;
  • para furtos contra idosos;
  • para crimes de receptação qualificada — quando alguém utiliza os dispositivos roubados para beneficiar terceiros e atividades ilegais, transformando-se em negócios.

As informações são da CNN. Com a mudança, a pena mínima para quem for condenado por receptação desses produtos poderá passar de três para quatro anos de prisão, caso seja aplicado um aumento de um terço.

Se o acréscimo for de 50%, a pena mínima pode chegar a quatro anos e seis meses. Já a pena máxima, hoje fixada em oito anos, pode ser elevada para dez anos e seis meses, ou até 12 anos, dependendo do percentual de aumento.

Vale ressaltar que o projeto não trata de mudanças nas punições para o crime de roubo de celulares. A diferença entre roubo e furto está no modo de execução: no furto, o bem é subtraído sem uso de violência ou grave ameaça contra a vítima.

Furto qualificado

Outro ponto do projeto do governo Lula é alteração da pena quando os bens são furtados mediante pagamento (mandante) ou no exercício de atividade empresarial lícita ou ilícita.

Nestes casos, o texto estabelece a criação de uma nova hipótese de furto qualificado, para quando esse crime for praticado em benefício desse terceiro (mandante) mediante pagamento ou como parte de um negócio, como ao furtar para vender depois.

O furto qualificado tem pena maior, de dois a oito anos de prisão, enquanto o furto simples tem pena de um a quatro anos. Com a alteração, que prevê aumento de 33% a 50% da pena quando o produto receptado for celular para ser vendido depois, a pena poderá chegar a 12 anos de prisão.

Veja também: Lula critica Trump e diz que ele deveria "ser menos internet e mais chefe de Estado"

 
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