Resposta Nos últimos anos ampliaram-se denúncias de interferência do crime organizado nos espaços de poder no Brasil. No Ceará, episódios recentes têm dado a dimensão real da problemática e da necessidade de reação do poder público. Nesta semana, instituições cearenses reagiram tanto no campo discursivo quanto na prática.
O mais relevante exemplo vem do município de Santa Quitéria, onde o prefeito eleito Braguinha (PSB) teve a cassação confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). O desembargador e relator do caso no tribunal e o procurador eleitoral (MP) classificaram o julgamento como "emblemático", além de reconhecerem a "gravidade" dos fatos e, até mesmo, uma resposta "tardia" ao ocorrido. Ainda cabem recursos à defesa.
A interferência de facções nas eleições não pode ser vista apenas como uma questão pontual. Deve ser encarada por aquilo que é: uma forma de atentar contra a própria democracia; uma vez que põe em xeque o direito do cidadão de escolher representantes.
O caso de Santa Quitéria deve balizar futuras decisões da Justiça Eleitoral cearense sobre o tema. Outros julgamentos ainda estão em curso no Estado. Cedo ou tarde, o recado das instituições é também uma demonstração de força. Apesar disso, a necessidade de atuações mais céleres e coordenadas fica evidente, uma vez que a atuação desses grupos criminosos já ultrapassa as fronteiras municipais, estaduais e nacionais.